A intenção de reconhecer projetos de todo o País que promovam o desenvolvimento socioeconômico e cultural, alinhado ao conceito de sustentabilidade.
Dois projetos coordenados pela Embrapa Florestas acabam de receber o Prêmio von Martius de Sustentabilidade 2017, outorgado pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.
Os projetos “Cultivo da Pupunha para produção de palmito como indutor do desenvolvimento do litoral do Paraná” e “Estradas com Araucárias” receberam a premiação nas categorias “Tecnologia” e “Natureza”, respectivamente.
Criado no ano 2000 como “Prêmio Ambiental von Martius”, em 2007 passou a se chamar “Prêmio von Martius de Sustentabilidade”, com a intenção de reconhecer projetos de todo o País que promovam o desenvolvimento socioeconômico e cultural, alinhado ao conceito de sustentabilidade.
O Chefe Geral da Embrapa Florestas, Edson Tadeu Iede, comemora: “é uma honra termos projetos contemplados com este prêmio. Isso nos mostra que nossas tecnologias e o esforço de nossos pesquisadores estão chegando aos usuários e impactando a realidade”.
Resultado de mais de 15 anos de pesquisas, o projeto “Cultivo da Pupunha para produção de palmito como indutor do desenvolvimento do litoral do Paraná” redesenhou a agricultura da região.
Nativa da Amazônia, onde é utilizada para produção de frutos, a pupunha encontrou espaço para produção de palmito na Mata Atlântica, bioma no qual foi introduzida por meio de plantios organizados em áreas abandonadas pela agricultura.
Com a implantação do sistema de produção, o valor bruto da produção saltou de R$ 480 mil em 2000 para R$ 19,5 milhões em 2016, beneficiando 650 famílias dos municípios de Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Morretes e Paranaguá.
“Este tempo de pesquisa em parceria com a extensão rural envolveu a adaptação da espécie às regiões litorâneas da Mata Atlântica, definição de espaçamento, adubação, controle de doenças, colheita, tratos silviculturais e outros”, explica o pesquisador e líder do projeto Álvaro Figueredo dos Santos. “Hoje, temos informações e orientações sobre todo o sistema de produção e uma ampla aceitação por parte dos agricultores familiares, que viram na pupunha uma forma de geração de renda com preservação ambiental”, completa.
O sucesso da introdução do cultivo de pupunha para palmito por agricultores familiares na Mata Atlântica foi reconhecido como boa prática pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e também faz parte do banco de tecnologias sociais da Fundação Banco do Brasil.
Já o projeto “Estradas com Araucárias” tem como objetivo estimular, por meio de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), o plantio de araucárias nas divisas de propriedades rurais familiares com estradas, nas áreas de ocorrências desta espécie. O projeto é financiado por empresas da iniciativa privada interessadas em compensar suas emissões de gases de efeito estufa.
Atualmente, o projeto atende 68 produtores rurais familiares nos estados do Paraná e Santa Catarina e é patrocinado pelo grupo empresarial de transporte e logística DSR. Cada produtor rural recebe R$ 1 mil por ano para plantar e cuidar de, pelo menos, 200 araucárias. “Já alcançamos uma linha de 100 km de plantio em divisas de propriedades rurais com estradas. Além de gerar renda a esses produtores e auxiliar no combate às mudanças climáticas, estamos constituindo ‘corredores verdes’, agregando valor paisagístico e ecológico às estradas e ajudando a salvar uma espécie ameaçada de extinção”, explica o pesquisador e idealizador do projeto, Edilson Batista de Oliveira.
O Prêmio von Martius
O prêmio foi entregue durante o Congresso Ecogerma, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em cerimônia realizada no dia 18/10.
Os trabalhos inscritos foram avaliados por um júri especialmente convidado, que destacou os três melhores projetos em cada categoria, que receberam um diploma reconhecendo sua notoriedade. Além das categorias “Natureza” e “Tecnologia”, onde os projetos da Embrapa Florestas foram selecionados, o prêmio também contempla a categoria “Humanidade”.
O Prêmio tem apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) , do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e do WWF-Brasil, com patrocínio da empresa Henkel.
Fonte: Embrapa