Projeto proíbe o governo de fazer acordo que imponha barreira ambiental a exportações

Com essa iniciativa, o Projeto de Lei 1406/24 propõe uma importante defesa das exportações brasileiras, buscando equidade nas exigências ambientais e garantindo que o país não seja prejudicado por barreiras injustas.

Um novo Projeto de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados busca proteger as exportações brasileiras de restrições ambientais impostas por outros países. O Projeto de Lei 1406/24, de autoria do deputado Tião Medeiros (PP-PR) e mais 15 parlamentares, tem como objetivo impedir que o governo brasileiro firme acordos internacionais que contenham cláusulas ambientais restritivas, a menos que os países signatários também adotem medidas de proteção ambiental equivalentes.

A proposta surge em um momento em que o comércio internacional está cada vez mais influenciado por questões ambientais. Blocos econômicos, como a União Europeia, têm implementado regulamentações ambientais rigorosas que afetam diretamente as exportações de países como o Brasil, especialmente no setor agrícola. Segundo Medeiros, o projeto pretende garantir tratamento isonômico ao Brasil, assegurando que as exigências ambientais não sejam utilizadas como “disfarce” para discriminação contra os produtos brasileiros.

Projeto de Lei visa proibir acordos com barreiras ambientais desiguais nas exportações brasileiras

“O Brasil já cumpre com legislações ambientais rigorosas e não deve ser penalizado por países que não seguem os mesmos padrões”, argumentou o deputado. Ele ainda destaca que o país é responsável por menos de 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, enquanto grandes potências como Europa e Ásia são responsáveis por quase 50% dessas emissões.

Proposta de Alteração na Lei de Mudança do Clima

O Projeto de Lei propõe alterações na Lei 12.187/09, que trata da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC). A nova legislação inclui a criação de um Programa Nacional de Monitoramento da Isonomia Internacional de Políticas Ambientais, cujo objetivo será acompanhar as políticas ambientais dos países com os quais o Brasil mantém relações comerciais e ambientais.

Esse monitoramento visa garantir que as medidas ambientais adotadas por outros países sejam compatíveis com as aplicadas no Brasil, evitando que as exportações brasileiras sejam prejudicadas por barreiras ambientais técnicas injustificadas. A proposta também busca garantir que o Brasil não seja signatário de acordos internacionais que venham a impor restrições comerciais desproporcionais aos seus produtos.

Barreiras Ambientais como Protecionismo Disfarçado

O texto do projeto denuncia que muitas vezes as barreiras ambientais são utilizadas como instrumentos de protecionismo comercial, sob o pretexto de preocupações com a sustentabilidade. Medeiros argumenta que o Brasil possui mais de 8.000 normas ambientais e já faz mais do que muitos outros países no quesito ambiental. “As barreiras técnicas ao comércio devem ser transparentes, não discriminatórias e baseadas em normas internacionais“, explica.

A proposta ainda incorpora conceitos do direito comercial internacional, como o Princípio da Não-Discriminação e o Reconhecimento Mútuo. Esses princípios são fundamentais para garantir que as exportações brasileiras não sejam injustamente discriminadas em mercados internacionais devido a regulamentos ambientais mais rígidos em determinados países.

Tramitação e Próximos Passos

O Projeto de Lei 1406/24 será analisado em caráter conclusivo pelas comissões de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Desenvolvimento Econômico, Relações Exteriores e de Defesa Nacional, além da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Caso aprovado, o texto seguirá para votação no plenário da Câmara e, posteriormente, no Senado.

A expectativa é que o projeto avance rapidamente nas comissões, devido à sua relevância para a manutenção da competitividade do agronegócio brasileiro. Além disso, o tema deve ganhar ainda mais visibilidade com a aproximação da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP), prevista para ocorrer em 2025, onde questões relacionadas ao comércio e ao meio ambiente estarão em destaque.

Impacto nas Relações Internacionais e as Exigências Ambientais

Se aprovada, a nova legislação terá um impacto direto nas relações comerciais do Brasil com seus principais parceiros internacionais. A medida permitirá que o Brasil defenda seus interesses no cenário global, exigindo que as exigências ambientais sejam aplicadas de forma justa e equilibrada. Isso ajudará a prevenir sanções comerciais que não levem em conta o esforço ambiental brasileiro e que possam ser utilizadas como uma forma de protecionismo disfarçado.

Por fim, o projeto visa consolidar o papel do Brasil como líder global em sustentabilidade, ao mesmo tempo em que protege seus interesses econômicos no cenário internacional. “O Brasil precisa de um tratamento justo no comércio global, e não podemos aceitar que sejamos penalizados por medidas que não são aplicadas de forma isonômica”, concluiu o deputado Tião Medeiros.

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