O programa é uma continuidade da atuação das entidades na região, buscando impulsionar o desenvolvimento socioeconômico local
A regional de Montes Claros do Sistema FAEMG começou mais um grupo de trabalho do Programa Gestão com Qualidade em Campo (GQC).
O foco serão produtores que atuam na bovinocultura de leite dos municípios de Coração de Jesus, Lagoa dos Patos, Brasília de Minas e São João do Pacuí. O lançamento do programa contou com a presença dos 14 participantes que serão atendidos pelo GQC entre os meses de agosto e outubro.
Promovido na região pelo Sistema FAEMG em parceria com a Fundação Credinor, o GQC visa promover a mudança do conceito de produtores para empresários rurais, de olho na maior sustentabilidade do negócio. Contando com momentos teóricos e consultorias nos empreendimentos rurais, serão trabalhados conceitos de gestão, comercialização, marketing, finanças, contabilidade, planejamento, organização e custo de produção.
“O programa é uma continuidade da atuação das entidades na região, buscando impulsionar o desenvolvimento socioeconômico local, ofertando uma educação técnica, uma melhor qualidade produtiva do homem do campo, fomentando a sua receita e redução de custos na produção, e melhorando a qualidade dos produtos.
Entendemos que alocar mais conhecimento e boas práticas no sistema de gestão e produção melhora a distribuição de recursos e a geração de novas riquezas para os produtores, valorizando a sua propriedade e realizando uma gestão empresarial no campo, com as técnicas apresentadas no decorrer do treinamento”, destacou o diretor financeiro da Fundação Credinor, Ailton Vieira.
Olhar empreendedor
Isso é exatamente o que busca a produtora rural Thais Ramos Soares, de Brasília de Minas. Coordenando a fazenda da família há quatro anos, ela tem se especializado ao máximo para elevar o potencial produtivo e econômico do empreendimento, que se dedica à pecuária de leite desde 2012. São 14 vacas em lactação, totalizando cerca de 120 litros de leite por dia.
A perspectiva, com o aprimoramento do trabalho, é atingir 300 litros e equilibrar o volume da produção, mantendo uma média constante ao longo do ano.
“Já tinha ouvido falar sobre o GQC, mas sabia que para fazer parte do grupo era preciso ter o básico lá atrás. Agora chegou o momento, porque já tenho a parte estrutural montada na fazenda e próximo passo é aprimorar a gestão do negócio.
Já participei do Programa Negócio Certo Rural, onde vi uma boa noção sobre gestão, e foi quando passei a estudar mais a respeito. Aqui também já recebemos assistência técnica e gerencial, que mostrou a importância das anotações e do controle gerencial. Espero que com estes conhecimentos somados possa contribuir com o crescimento da propriedade”, afirmou.
As visitas às propriedades serão realizadas este mês, sendo conduzidas pelo instrutor Fernando Etiene Júnior. Para o especialista, o GQC vai contribuir para o produtor rural entender o seu papel de empreendedor, voltando também suas atenções para o que acontece da porteira para fora.
“O mercado tem demandado produtores cada vez mais profissionais, por isso a necessidade de trabalhar a gestão. Muitos produtores têm a visão focada e imediatista. O GQC começa a abrir este horizonte, de modo que o produtor enxergue de maneira geral, dentro e fora da propriedade rural, passando a ter foco também em outras áreas fora da produção, como a parte financeira, marketing, gestão de pessoas etc.”, avaliou.
A expectativa é que a difusão de novos conhecimentos para este grupo de produtores contribua de forma geral para a região, especialmente na entrega de produtos com mais qualidade ao consumidor final. “A qualidade hoje não é mais diferencial e sim necessidade. A qualidade precisa existir em todo o processo de produção.
O produtor rural está sendo muito mais cobrado, porque o consumidor final está mais exigente. O GQC é formado por um grupo seleto, que quer e está fazendo diferencial na cadeia produtiva. Trazer estes resultados para eles significa melhoria para todos da região”, completou Fernando Etiene.
Cadeia produtiva em foco
A opção por trabalhar o GQC com a bovinocultura do leite não foi por acaso. A região que compreende os municípios atendidos está aprimorando e organizando métodos de trabalho para retomar o protagonismo como importante bacia leiteira do Norte do estado. E o Sistema FAEMG, junto a outros parceiros, tem acompanhado de perto essa evolução.
No início do ano, parceiros e produtores rurais se reuniram para iniciar o projeto de melhoria da qualidade da pecuária leiteira, fortalecendo a bacia produtiva e o desenvolvimento de arranjo produtivo local por meio do “Melhores Práticas e Gestão na Pecuária de Leite”.
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A atuação tem como base a formação profissional rural, assistência técnica e gerencial, inovação tecnológica e acesso a crédito. Um levantamento prévio foi feito para identificar a realidade local traçando um perfil dos produtores da região, em que 60% do rebanho é destinado à pecuária de leite.
Fonte: MilkPoint