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A cada ano a cena se repete durante a colheita do milho em Mato Grosso: toneladas de grãos a céu aberto formam “montanhas” próximas às tradings.
Com as safras de soja e milho estimadas em 59,3 milhões de toneladas neste ano, segundo levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a capacidade de armazenagem é de 33,4 milhões de toneladas.
Considerando os requisitos da FAO (Food and Agriculture Organization), órgão das Nações Unidas que determina uma capacidade de armazenagem superior a 20% da produção, o déficit de Mato Grosso atualmente é de pouco mais de 37 milhões de toneladas.
Exatamente para começar a mudar a realidade vivida pelo agricultor mato-grossense é que a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) lançou neste mês de julho o projeto Armazena-MT. “O principal objetivo é desburocratizar o acesso ao crédito e auxiliar em possíveis dificuldades técnicas que nossos associados venham a ter”, explica o gerente de Política Agrícola da associação, Frederico Azevedo.
Também estão previstos como objetivos do projeto o fomento às linhas de créditos para construção de armazéns que sejam mais atrativas; a difusão de soluções alternativas de armazenagem e a implementação gradativa da cultura de condomínios, que são voltados principalmente aos pequenos produtores sem viabilidade econômica para construírem seus próprios armazéns.
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Também faz parte do projeto identificar as principais vantagens de um armazém próprio. “Temos a minimização das perdas quantitativas e qualitativas dos grãos; menores gastos com transporte, maior agilidade na colheita e possibilidade de escalonamento de comercialização. Tudo isso, no fim, representa uma melhora significativa na competividade do agricultor mato-grossense”, afirma Azevedo.
Produtor e vice-presidente Norte da Aprosoja, Emerson Zancanaro tem armazém em sua propriedade, no município de Nova Mutum, desde 2002. Para ele armazenagem própria significa segurança.
“A armazenagem deve ser o principal investimento hoje em uma propriedade rural. Conseguimos ter uma melhor gestão da comercialização da produção, pois posso decidir o melhor momento de venda. Além disso, a armazenagem descomplica a questão da logística na hora da entrega e me faz ter um custo operacional bem menor. O custo da secagem na fazenda também é mais baixo. Além disso, com os constantes problemas de divergência na classificação de grãos, quem tem armazém consegue padronizar o produto evitando descontos pelas compradoras, transformando o que seria desconto em rentabilidade.”, define.
Informações – Produtores rurais de Mato Grosso interessados em entender melhor o funcionamento do Armazena-MT podem procurar a área de Política Agrícola da Aprosoja. O telefone é (65) 3644-4215 ou politica.agricola@aprosoja.com.br
Fonte: Ascom Aprosoja