Projeto colhe frutos com os novos pilares da pecuária de corte

Com base nos novos pilares da pecuária, produtores apontam ganhos de peso e diminuição do estresse na desmama de bezerros; produtores têm seguido as premissas do projeto ‘Boi Azul’

A aplicação dos novos pilares da pecuária na fase da desmama de bezerros tem resultado em consideráveis incrementos no ganho de peso dos animais e na diminuição do estresse gerado no momento do afastamento da vaca. Tendo como referência os seis pilares nos quais a pecuária do futuro deve se sustentar – sanidade, genética, nutrição, sustentabilidade, gestão e bem-estar animal – que são a premissa do Projeto ‘Boi Azul’, lançado pela Biogénesis Bagó, pecuaristas de diversas regiões do País têm alcançado ganhos de até oito arrobas na fase de desmame.

Médico-veterinário e responsável pela pecuária da Fazenda Manah, em Santana do Araguaia (PA), Henrique Rodoy Bocchi, comenta que os investimentos nos pilares da nova pecuária, com destaque para o cuidado com a sanidade e o bem-estar dos animais, têm mitigado a perda de peso dos bezerros na propriedade, que conta com 20 mil animais das raças Aberdeen Angus e Nelore, sendo criados no sistema de ciclo completo.

“A perda de peso não chega a uma arroba. Aqui o estresse é pouco e como o gado vem do creep, já está adaptado a comer a ração suplementada desde o seu nascimento. Fazemos o protocolo de desmame recomendado pela Biogénesis Bagó, aplicando também o vermífugo, que auxilia a não ter tanta perda de peso quando o animal é tirado da vaca. Estamos conseguindo desmamar bezerros de sete meses com pesos entre 240 e 235 quilos, no caso dos machos, e, nas fêmeas, entre 230 e 225 quilos, que são resultados muito bons, rendendo até oito arrobas”, comenta Bocchi.

Redução do estresse

Além de controlar o estresse e obter bons resultados com os pesos dos bezerros, a Fazenda Limeira tem conseguido ganhos com a manutenção da imunidade dos animais. Proprietário da fazenda localizada em Pinhão (PR), Ricardo Fernandes conta que há três anos optou pelo modelo de desmama chamado “desmadre”, muito utilizado na Argentina, para utilizar no projeto de melhoramento genético desenvolvido na propriedade, que atua no sistema de cria e recria com 1.200 cabeças de gado da raça Angus.

“Conseguimos diminuir o estresse drasticamente, sem muita perda de peso, com o animal desmamando de forma autônoma, chegando ao quinto mês com o leite materno representando apenas 15% do que precisa consumir para se desenvolver. Como o bezerro entra em um piquete melhor, já entende que aquele local é o ideal, sem apresentar estresse e oscilação no peso. Além de ter menos problemas com doenças relacionadas à imunidade, observamos que a perda de peso representa apenas 10% do que um bezerro costuma perder em um desmame convencional, o que é muito pouco”, pontua Fernandes.

Ele aponta que os resultados obtidos têm a influência do protocolo sanitário recomendado pela Biogénesis Bagó, que é utilizado desde o pré-nascimento dos bezerros. “No nosso manejo, na parte de genética, fazemos o processo da indução de cio, coleta e transferência do embrião e adotamos os protocolos da Biogénesis Bagó até na superovulação. Depois no nascimento, fazemos a cura do umbigo com antiparasitário Flok e, a partir do terceiro mês de vida, trabalhamos com o imunoestimulante Biopersol e o Suplenut. Posso afirmar que esses produtos ajudam muito no desenvolvimento do bezerro, desde a parte óssea, muscular até o desempenho de ganho de peso”, reitera o proprietário da Fazenda Limeira.

Combate à diarreia

Um planejamento sanitário estratégico e personalizado é fundamental para uma boa desmama. O plano sanitário elaborado pela Biogénesis Bagó vem auxiliando o proprietário e administrador da Fazenda Indiaporã, de Água Clara (MS), Fernando César Pinheiro, a combater a diarreia, desde o pré-parto, em seu sistema de cria constituído por um rebanho médio de 4.400 cabeças.

“Um dos grandes desafios que a Biogénesis Bagó tem colaborado conosco é no controle da diarreia. Já no pré-parto, aplicamos a vacina para prevenir a diarreia, que imuniza o bezerro através da colostragem da vaca. Isso faz com que a vaca tenha um colostro de qualidade e torne o bezerro imune ou resistente às diarreias”, explica Pinheiro.

Caso semelhante ao relatado pelo Gerente de Pecuária da Fazenda Boqueirão, Kelver Pupim, que tem vacinado suas novilhas no pré-parto com Rotatec J5 e imunizado essas vacas com as vacinas reprodutivas Bioabortogen e Bioleptogen, ambas da empresa. Ele comenta que na propriedade, também localizada em Água Clara (MS), o Kit Adaptador, suplemento injetável à base de antioxidantes minerais e vitamínicos, tem sido crucial para deixar seus bezerros de cria menos agitados no momento de afastamento da vaca.

“O Kit Adaptador é o diferencial no processo de levar o bezerro para longe da vaca, sem tensão e com animal sendo bem tratado. O gado praticamente não perde peso, pois esses animais ficam dois dias no piquete para se desligar da mãe e já entram no melhor pasto rotacionado comendo bem e ganhando peso. Do segundo mês em diante, esses animais vão direto para o confinamento, em um piquete grande, onde começam a pastar e já comem de forma definitiva no cocho”, menciona Pupim.

Potencial genético

Recebendo um amplo acompanhamento para potencializar a genética dos bezerros, Fernando César, da Fazenda Indiaporã, frisa que seus animais contam com um protocolo de nascimento até a desmama todo aportado pelos produtos da empresa, que também o auxilia em casos de enfermidades.

“Investimos na genética e na nutrição e com os protocolos propostos pela Biogénesis Bagó conseguimos dar uma condição de sanidade para que os animais possam desempenhar o resultado desejado”, salienta o proprietário da Fazenda Indiaporã.

Henrique Rodoy Bocchi, da Fazenda Manah, ressalta que a boa alimentação, impulsionada pelos produtos da empresa, além de bezerros mais saudáveis, têm contribuído para a qualidade do leite das vacas. “Desde o nascimento, os bezerros já estão comendo, o que ajuda no desenvolvimento da flora ruminal. Essa prática auxilia o nosso sistema que é todo rotacionado, de forma que a vaca sempre está comendo capim novo e produzindo melhor leite”, responde o médico-veterinário.

Nova pecuária como sinônimo de evolução

Ricardo Fernandes, da Fazenda Limeira, enfatiza os ganhos que vem tendo em sua propriedade a partir a aplicação dos novos pilares da pecuária propostos pelo projeto ‘Boi Azul’. “O bem-estar tem que ser trabalhado dentro da propriedade porque a diferença é muito grande. Aquele modo antigo de trabalhar, deixando os animais só na água e com fome ficou no passado. Hoje consigo perceber que ao dar conforto e tratar o animal bem, a sua resposta é muito maior, tanto em ganho de peso, como desenvolvimento. O animal se torna mais dócil, com menos medo, minimizando os perigos no trato. Prezamos bastante pelo bem-estar e batemos muito nessa tecla. Temos muito o que melhorar, mas estamos no caminho certo”, avalia Fernandes.

Sua visão é compartilhada por Kelver, que lembra que o processo de manejo se tornou mais prático, respeitando as individualidades dos animais, principalmente no momento de afastamento da vaca. “Antes fazíamos o picote na orelha, marcávamos a data, mês e ano. Hoje, isso já diminuiu e estamos fazendo o mínimo possível. O bezerro, quando sai de perto da vaca, é levado para um piquete bem arborizado, com cocho, água limpa, tudo isso diminuir o estresse”, descreve o Gerente de Pecuária da Fazenda Boqueirão.

Para o médico-veterinário e gerente de Marketing da Biogénesis Bagó na América Latina, Carlos Godoy, foi-se o tempo em que apenas o “tripé” sanidade, genética e nutrição era suficiente para sustentar a produção pecuária. “Essa foi por muitas décadas a base da pecuária tradicional. Porém, o mundo mudou e a necessidade de se obter a excelência operacional nos ganhos produtivos utilizando novos recursos e novas tecnologias fez com que a pecuária moderna passe a exigir cada vez mais resultados em um menor espaço de tempo e território”, analisa Godoy.

Nesse sentido, ele destaca como o pilar da sanidade impacta diretamente no resultado da produção, dando como exemplo a taxa de mortalidade dentro das propriedades, que pode variar significativamente. “O benchmarking do Instituto Inttegra aponta uma diferença significativa entre a média de propriedades com investimento relativo em sanidade e as com alto investimento, as quais são chamadas de top rentáveis e top indicadores. Para se ter uma ideia da importância desse pilar e o impacto causado pela mortalidade em bezerros até o desmame, a diferença entre essas médias pode chegar até 2.3%. Vale lembrar que o benchmarking da Inttegra contempla propriedades com considerável uso de tecnologia e que já estão bem acima da média da realidade das propriedades do Brasil”, menciona Godoy.

Outro exemplo do pilar da sanidade é o valor gasto por animal no confinamento. “A média de investimento em sanidade por cabeça é de R$ 13,28. Um confinamento padrão tem o protocolo sanitário de alto risco, que pode chegar a R$ 23,84 por animal e o de baixo risco de pode ser de R$ 6,75. Ambos os protocolos sanitários têm grande importância, dependem significativamente do desafio dos animais que entram no sistema e impactam diretamente no índice de mortalidade e morbidade desses animais, ajudando a fazer com que a atividade opere no ‘azul’”, conclui o gerente de Marketing.

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