Governo, indústrias e população fecham os olhos e esquecem daqueles que garantem o alimento para a povo; Produtores estão assustados e pedem “socorro”.
Garantir alimento para a população é uma tarefa árdua e diária, para o produtor de leite não existe final de semana, descanso ou feriado. Infelizmente, o Governo continua de “olhos fechados” para a situação vivida e as indústrias querem continuar “jogando” para garantir a sua margem. E agora, como vão ficar se os produtores pararem a atividade?
Produtores do Rio Grande do Sul, amargam uma crise que tem precedentes e nada fez o Sr. Governador para poder mitigar a situação quando era possível. Agora não existe uma forma de tentar minimizar o problema para arrastar lá pra frente. Acorda governo! É preciso resolver agora, é preciso ter políticas que visem a classe que é um dos pilares da economia.
A triste realidade é de tirar o sono, principalmente dos que estão trabalhando para garantir o alimento ao povo. Em depoimento, o produtor e coordenador do Construindo Leite Brasil, Rafael Herrmann, alerta os companheiros e o governo para a crise que se instalou. “Isso é sério, problemas vieram e vão persistir, agora certamente nós não vamos mais ter condições de ir simplesmente ‘levando com a barriga empurrando’. Vai trancar vamos ter problemas sérios que vai comprometer nossa sobrevivência no Campo na atividade”, desabafa o produtor.
Temos visto que produtores estão com problemas e dificuldades para manter as suas contas em dia, garantir o sustento das famílias e se manter na atividade, isso é só a ponta do iceberg que está por vir. Não há consumo crescente de lácteos, não há incentivo para consumo desses produtos, a crise financeira se instala por causa do coronavírus, trazendo menor poder de aquisição por parte do consumidor e os produtores continuam vendo o custo de produção subindo.
“Tratamos as vacas com produtos em dólar e entregamos o produto em real sem saber o preço”, desabafa outro produtor.
Como é de praxe, governo promete e, mais uma vez, as decisões não saem do papel. O Rio Grande do Sul passa por problemas que podem ser listados, confira:
- Estiagem: a pior dos últimos anos, trouxe quebra de mais de 45% das lavouras, para os menores foi de quase 90% da área plantada. Além disso, temos os rios e córregos que estão secando e deixando o fornecimento de água para o gado em situação de emergência.
- Queda na produção: Segundo levantamento, produtores estão com dificuldades em manter a produção, em alguns casos tivemos uma queda de mais de 5% na captação de leite.
- Custo de produção: o aumento no preço dos insumos, principalmente milho e soja, foi absurdo e o preço do leite não acompanhou esse mesmo patamar, deixando a margem até negativa, em alguns casos.
- Governo: promessas foram feitas, discursos foram verbalizados e, infelizmente, nada saiu do papel quando ainda era tempo, agora o jeito é resolver o problema.
Infelizmente, temos visto um grande descaso por parte dos responsáveis do governo. Escute o áudio enviado por um produtor que conta e relato um pouco da situação vivida por eles:
Prejuízo agora e a médio e longo prazo
Hoje temos produtores que estão com dificuldades em manter em dia o pagamento da conta de energia da propriedade e as empresas, mesmo nessa crise, estão indo para fazer o desligamento. Imaginem o tamanho do prejuízo que uma fazenda de leite sem energia terá!
Os produtores estão lutando para não serem negativados, outros lutam para sair do endividamento, mas o governo não olha para a classe, para esse problema que é uma realidade hoje, fazem de conta que não existe. Até quando isso? Produtores tem se obrigado a reduzir a ração por causa do alto custo de produção, sendo que agora era hora de aumentar essa oferta pela falta de capim nos pastos. Prejuízos serão enormes a médio e longo prazo.
“O Governo precisa resolver de uma vez por todas, estão apenas enrolando e achando que o produtor de leite é bobo e idiota. As coisas precisam sair do papel e acontecer na prática, chega de tapinha nas costas!”, desabafa o produtor Joel Dalcin.
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O Construindo Leite Brasil já entregou pautas e cartas relatando os problemas da atividade e apontando soluções, desde governos municipais, estadual e federal. Sendo assim, eles sabem dos problemas e que a solução precisa sair do papel. É hora do movimento adotar posição mais dura pra cobrar as soluções por parte da classe governamental.
Palavras do Governador
Em entrevista, o governador destacou os programas anunciados para apoiar os produtores rurais que sofreram com a estiagem, como a renegociação de dívidas, em parceria com o governo federal. “Dobramos os recursos para o programa de sementes forrageiras.É um programa que subsidia 30% do valor da sementes forrageiras que serão utilizadas na formação das pastagens e alimentação dos rebanhos. Também o programa troca troca de sementes, que terá o prazo prorrogado de pagamento de contratos até 31 de maio”, disse.
Eduardo Leite ainda citou o programa estadual de produção e qualidade do milho e a realização de perfuração de poços artesianos no interior do estado.
“Também buscamos juntos ao governo federal soluções para renegociações de dívidas de empréstimos que deveriam ser pagas com a safra e poderão ser alongadas em até 7 anos”, concluiu.
Dessa forma, o que temos são promessas em vão. A situação continua crítica e deve trazer maiores prejuízos aos produtores nos próximos dias. É preciso união da classe, barulho nas mídias e cobrança do Governo para que sejam atendidas as necessidades reais da classe.