Agronegócio do oeste baiano investe em melhorias na infraestrutura da região; Bahia é o maior produtor de grãos do Norte/Nordeste
Tão importante quanto produzir, é fazer o produto chegar à etapa da comercialização, onde dará retorno financeiro aos produtores rurais, permitindo o reinício do ciclo produtivo. Para o bom funcionamento desse mecanismo, alguns fatores são fundamentais, a exemplo de boas condições de infraestrutura e logística. A Bahia é o maior produtor de grãos do Norte/Nordeste e o segundo na produção nacional de algodão. No oeste baiano, o agronegócio pulsa desenvolvimento e corresponde a 25% do PIB do estado. A redução das distâncias e disponibilidade de vias de qualidade para o transporte de suprimentos e da produção agropecuária sempre foram desafios na região.
Os resultados da última década apontam que a Matopiba, região onde o oeste baiano está inserido, tem potencial para dobrar o volume da produção de soja e milho, que já cresceu 96% e 49%. Composta pelo Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a região chamada de Matopiba, tem o agronegócio como fonte econômica e entre as principais culturas agrícolas se destacam o cultivo de soja e o milho para exportações.
A produtividade é crescente a cada ano e os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, prevê que na próxima década o Brasil será o maior fornecedor mundial de soja (49%) e o segundo maior de farelo de soja (26,9%). É no Oeste baiano que está concentrada a maior produção entre os municípios do MATOPIBA, com destaque para o município de Luís Eduardo Magalhães, onde as culturas são alternadas entre soja, milho e algodão.
Para garantir melhores condições das estradas utilizadas, os produtores rurais representados pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), investem recursos próprios e do Programa para o Desenvolvimento da Agropecuária (Prodeagro), contam também com o apoio da Patrulha Mecanizada da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e a parceria com o governo do Estado.
“Pensando no bem comum, os produtores rurais da região Oeste da Bahia, representados pela Aiba e Abapa, têm investido recursos próprios, contado com o apoio do Prodeagro e firmado muitas parcerias com o governo do Estado e prefeituras. O resultado desse empenho tem reflexos em benfeitorias para a região, como pavimentação asfáltica, recuperação e manutenção da malha vicinal, construção e reformas de pontes e o melhoramento do acesso às fazendas para entrada e saída de insumos, e escoamento seguro da produção agrícola da região a outros centros”, afirma o presidente da Aiba, Odacil Ranzi.
Estradas pavimentadas
A extensão territorial do Oeste Baiano e a ampla malha vicinal influenciam para uma constante necessidade da manutenção das vias, frente ao fluxo de escoamento da produção e a velocidade com que a região se desenvolve. Nos últimos três anos, foram realizados 265 km de pavimentação asfáltica. “Essas iniciativas de melhorias do transporte de cargas com a execução de pavimentação asfáltica, tem reduzido o custo do frete, valorizado mais o produto e deixando a região Oeste mais competitiva”, comenta o gerente de Infraestrutura da Aiba, Luiz Stahlke.
Manutenção de estradas
Durante o período chuvoso, grande maioria das vicinais ficam intransitáveis e geram elevados prejuízos para os produtores de grãos e fibras. Para promover a recuperação e manutenção de trechos prioritários das estradas vicinais ou rodovias não asfaltadas, os produtores rurais realizam a manutenção e recuperação de estradas, que desde 2013 recuperou cerca de 3 mil quilômetros, beneficiando 43 estradas das regiões produtoras, e entre 2021 e 2022, recuperados 560 Km. Por meio da parceria com a Patrulha Mecanizada da Abapa, é possível realizar serviços como o levantamento de leito, cascalhamento da base e construção de bacias de contenção da água das chuvas. Foi executada a adequação da serra localizada em Formosa do Rio Preto e melhoria do acesso da região Coaceral.
Construção e reforma de pontes
Alguns caminhos se tornam mais rápidos, seguros e menos onerosos com a construção de pontes, uma alternativa que muitas vezes, representa a melhor opção para acessar regiões agrícolas e centros urbanos. Foram investidos recursos do Prodeagro para reforma e construção das pontes: sobre os rios Preto e Sapão para ligar as comunidade agrícolas Coaceral e Garganta à rodovia do Anel da Soja (Formosa do Rio Preto); sobre o Rio Riachinho (Cocos); sobre o Rio de Pedras (Barreiras); sobre o Rio Galheirão, que liga a Linha dos Pivôs à rodovia BA 463 (São Desiderio); sobre os rios Pratudinho e Pratudão (Jaborandi); outra ponte foi construída sobre o Rio de Janeiro, um dos afluentes do Rio Grande, que liga a capital baiana do agronegócio à comunidade de Novo Horizonte. Encontra-se em fase de conclusão a ponte sobre o Rio Grande na localidade de Gado Bravo (São Desidério). Foi totalmente reformada a ponte de madeira sobre o Rio Formoso, entre Cocos e Jaborandi.
Rodovias federais não concluídas
A Aiba também não mede esforços para buscar meios de contribuir para situações infraestruturais não resolvidas, a exemplo da BR 135, que liga São Luís (MA) a Belo Horizonte (MG), e que corta o oeste baiano, em um trecho de 20 km, entre os municípios de São Desidério e Correntina, ainda não foi asfaltado. A entidade agrícola tem cobrado agilidade a representantes políticos para solucionar tal problema, pois a via é muito utilizada para acessar áreas produtivas localizadas nesse perímetro. Outra BR, a 030, que interliga a capital federal às áreas portuárias do litoral baiano, ainda apresenta cerca de 200 km ainda não pavimentados, entre Mambaí (GO) a Cocos (BA), que devido ao empenho da Aiba e de produtores rurais, está sendo licitado.
Nos trilhos da Ferrovia de Integração Oeste-Leste – FIOL
A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), desponta como uma nova realidade para o transporte de cargas no Brasil, e ligará o Porto de Ilhéus, sul da Bahia, à Ferrovia Norte-Sul, com entroncamento projetado no município de Figueirópolis (TO). A via irá contribuir para a eficiência no escoamento da produção do oeste baiano, ampliação do comércio exterior e favorecimento do mercado nacional. A expectativa é que sejam transportados em torno de 10 milhões de toneladas de grãos e fibras. Atualmente, o lote 2 está sendo finalizado e o lote 1 deve ter as obras retornadas neste ano.
Com informações da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA)
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