Javalis e os javaporcos não têm predadores naturais no Brasil, se reproduzem muito rápido e são capazes de destruir as plantações; Fazenda teve 120 hectares totalmente devastados. Girocóptero virou opção contra ataques” de Javalis!
Os javalis e os javaporcos são considerados grandes problemas para as plantações de produtores rurais, por seu grande potencial destrutivo. Eles são capazes de devastar a vegetação nativa e também as plantações, além de invadir granjas, expondo porcos a doenças e até ataques a seres humanos foram relatados. Diante do crescente número de destruição nas lavouras, produtor está usando um Girocóptero contra ataques de Javalis, veja!
Considerada uma das cem espécies mais profundas invasoras do mundo, o javali também beneficia-se do baixo número de predadores na natureza. “Mais carnívoros nativos de grande porte, como onças, ajudam bastante”, explica Carlos Salvador, biólogo que atuou como consultor do plano federal de gestão. Fortes e resilientes, os bandos circulam livres por mosaicos agrícolas em busca de grãos, raízes, leguminosas e tubérculos, danificando lavouras. Milho é um dos alimentos favoritos.
Segundo as informações divulgadas pelo Pedro Silvestre, jornalista do Canal Rural, no quadro Patrulheiro Agro, no município de Lucas do Rio Verde (MT) agricultores têm enfrentado problemas nas lavouras de milho devido ao ataque de porcos selvagens. A situação não é novidade, mas crescem as ocorrências a cada safra, tanto em número de animais quanto em áreas destruídas.
Na propriedade em que Valdemir de Souza atua como gerente de produção, foi possível identificar aproximadamente 120 hectares totalmente devastados pelos animais. A área precisou ser replantada três vezes, em razão dos ataques dos animais, relatou o gerente em entrevista. “Teve que replantar umas três vezes aqui, porque plantava em um dia, no outro dia o bicho já estava comendo. Em alguns lugares tivemos que plantar outra variedade, porque da outra não tinha mais, mas tinha que plantar para não ficar os furos no meio da lavoura”, explicou ele.
O gerente também conta, que a população dos porcos selvagens está aumentando – dados sobre a ocorrência de javalis e javaporcos (cruzamento com o suíno doméstico) pelo país não são atualizados no Simaf (Sistema de Informação de Manejo de Fauna) desde agosto de 2021, quando foi publicado o último boletim informativo, devido a tamanha proporção do ataque e destruição das lavouras de milho. Outra preocupação é em relação a segurança, já que os animais aparentam ser agressivos, oferecendo risco de vida.
Rastro de destruição e prejuízo
O rastro de destruição deixado por porcos selvagens, conhecidos como “porcos-do-mato” é enorme no Estado. Não é novidade esse tipo de ataque em lavouras de milho, que por ser uma grande fonte de alimentos. Segundo a matéria do Patrulheiro Agro, o agricultor Gilberto Eberhardt conta que além de estar presente nas lavouras, os porcos selvagens já chegaram a invadir a sede da fazenda.
Além disso, de acordo com o agricultor, os investimentos com tecnologia são altos, e se o problema continuar persistindo na propriedade, futuramente será um desafio continuar com o plantio do milho. Ele estimava colher acima de 140 sacas, mas de acordo com sua avaliação, não vai chegar a 80 sacas.
“Do jeito que está indo, não vai ter como plantar milho futuramente. Fiz um alto investimento com tecnologia e a expectativa era colher acima de 140 sacas, mas hoje fazendo uma avaliação, eu não vou colher 80 sacas. Não vou conseguir pagar o custo por conta do dano que aconteceu na minha lavoura”, disse desanimado.
Girocóptero e a busca por soluções
Para o produtor de Querência, Nirto Luiz Fasolo Junior, os ataques vêm aumentando na região a cada safra. “Estamos preocupados com os prejuízos que o porco-do-mato vem causando em nossas propriedades, destruindo as lavouras de milho”, frisa Fasolo.
Na região norte do Estado, município de Sorriso, a presença indesejada desses animais selvagens também tem crescido, confirme comenta do produtor rural Tiago Stefanello “Já está insustentável o aumento de porco-do-mato no estado e se continuar assim a perda será muito grande para essa safra”, aponta Stefanello.
Diante dos mesmos problemas enfrentados, o agricultor do município de Vera (MT), Loivo Fedrizzi, precisou adotar uma estratégia para minimizar a invasão, utilizando um “girocóptero” que libera rojões, para espantar os animais da plantação.
“Você aciona uma chavinha, ela fecha curto, aí o fio esquenta e detona os fogos. Uns 60 metros de distância ele já começa a detonar, então os últimos vão detonar a uns 15 metros da lavoura. Não machuca o bichinho, eles se assustam e vão para o mato. Fizemos o teste com o girocóptero e deu certo, ao menos aqui, eles não têm incomodado”, destaca o agricultor.
Aprosoja recomenda
Preocupada com os prejuízos causados nas lavouras, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), recomenda que os agricultores utilizem o aplicativo TimeStamp Camera Basic, disponível para Android e IOS.
“A Aprosoja recomenda que os produtores façam vídeos com o celular na horizontal O aplicativo ajuda no georreferenciamento dos ataques de porcos do mato, informando a localização exata, data e anexando fotos e vídeos. Isso irá ajudar a montar um banco de dados para o Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), façam o controle dessas pragas”.
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