“Produtor rural não é o culpado pela inflação”, defende presidente interino do Sistema FAEP

Sistema FAEP alerta que propostas do governo federal podem enfraquecer a produção interna e prejudicar toda a economia do país

O Sistema FAEP entende a insistente proposta do governo federal de zerar a tarifa de importação de itens como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva, para supostamente conter a inflação dos alimentos no Brasil, como um tratamento paliativo ineficaz para um problema estrutural. Além de não resolver a questão, ainda cria outras dificuldades para a economia do país. A medida foi anunciada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, nesta quinta-feira (6), quando apontou que as “ações entrarão em vigor em breve”.

O Brasil não pode insistir em soluções ultrapassadas para problemas crônicos do país. Transferir o ônus da inflação para o setor produtivo é um equívoco que compromete um dos pilares da economia nacional. O agronegócio gera empregos, movimenta a economia e mantém nossa balança comercial positiva. Enfraquecer esse setor com políticas equivocadas significa comprometer o futuro do país. O produtor rural não é o culpado pela inflação dos alimentos.

O Sistema FAEP já havia se posicionado contra a redução das alíquotas de importação em janeiro, alertando que tais medidas ignoram as dificuldades econômicas do país e oneram o produtor rural. O alto preço dos alimentos é consequência dos custos de produção elevados e do chamado “Custo Brasil”, não de margens abusivas de lucro por parte das indústrias ou agricultores.

Em fevereiro, o Instituto Pensar Agropecuária (IPA), do qual o Sistema FAEP integra o Conselho Executivo, enviou à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) um documento com sugestões de curto, médio e longo prazos para combater a inflação dos alimentos sem prejudicar o setor produtivo. No texto, o instituto também condena a taxação de exportações e subsídios indiscriminados às importações, medidas que podem desestimular a produção agropecuária, reduzir investimentos no setor e, consequentemente, elevar os preços ao consumidor.

O Brasil precisa de um Estado mais eficiente, que reduza seus gastos e promova um ambiente favorável à produção agropecuária. Somente assim garantiremos previsibilidade ao setor, fortaleceremos a economia e daremos condições para que o agronegócio continue a contribuir com eficiência e sustentabilidade para o desenvolvimento do país.

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