Produtor é surpreendido com dupla perigosa durante colheita

Um produtor rural foi surpreendido por duas cobras jararacas, uma das espécies mais venenosas do Brasil. Confira no vídeo a seguir.

A Fazenda Boa Vista, em Presidente Bernardes (Minas Gerias), é especializada em Pecuária leiteira e todo ano passa pela época da produção de silagem. “Esse é um momento muito importante pois é o resultado de muito esforço e dedicação para fazer um volumoso com uma ótima produtividade e com excelente qualidade para passar o ano todo.” Ao todo foram 20 hectares de milho ensilado para tratar da vacada que ficam confinadas e dependem desse volumoso todos os dias.

Mas este ano, além do trabalho duro de colher o milheto e fazer a silagem os trabalhadores tiveram uma surpresa perigosa. Durante o processo de corta na lavoura os trabalhadores avistaram cobras jararacas camufladas em meio a plantação. Tanto para sorte do trabalhador, que as avistou e não correu o risco de sofrer uma picada, bem como das cobras, ao serem vistas, não foram esmagadas pelos pneus dos maquinários.

Aparentemente uma delas é uma Jararaca-cruzeira (Bothrops Neuwiedi), uma serpente pertencente à família Viperidae, que se mostra endêmica do país. E pode ser notada em Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. O veneno desta cobra possui ação proteolítica. E de acordo com pesquisas, a jararaca-cruzeira se caracteriza serpente com maior registro para acidentes em relação aos seres humanos.

Foto: Divulgação

Sobre a espécie: Jararaca

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os acidentes envolvendo cobras venenosas no Brasil, podem ser considerados como uma doença tropical negligenciada. As jararacas por sua vez, respondem por cerca de 90% do acidentes. A toxicidade do veneno da jararaca pode provocar lesões sérias no local da picada, como hemorragia e necrose. Em alguns casos, a pessoa pode até ter o membro atingido amputado.

A cobra jararaca, além de ter uma peçonha (veneno) de alto potencial, é por natureza uma serpente de alta periculosidade, ao passo que suas cores lhe permitem uma camuflagem excelente, bem como está sempre preparada para dar o bote. Por ter uma dieta baseada em ratos, sapos e rãs, são comumente encontradas em beiras de córregos. Gostam também de ficarem camufladas em filhas secas e úmidas.

Uso medicinal do veneno

Mas a jararaca tem uma importância medicinal muito grande, ao passo que o cientista brasileiro Mauricio Oscar da Rocha e Silva isolou da peçonha dessa serpente o BPP (peptídeo potencializador da bradicinina). Esse composto serviu, nos anos 60, para que o farmacologista Sérgio Henrique Ferreira, desenvolvesse o Captopril, medicamento usado para o tratamento de hipertensão e casos de insuficiência cardíaca.

Porém, o uso medicinal da peçonha da jararaca pode ir além. Pesquisadores da Universidade de São Paulo e Universidade Federal do Rio de Janeiro, estudam outras propriedades do veneno para o combate a doenças neurodegenerativa e trombose.

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