A Confederação condena qualquer medida arbitrária que vá contra os pilares do comércio internacional. Assim, repudia a conduta adotada pela entidade americana”, afirma a entidade, no comunicado.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou nota repudiando o pedido feito pela Associação dos Produtores de Carne dos Estados Unidos (NCBA) ao Departamento de Agricultura do país (USDA) pata impedir a entrada de carne brasileira no mercado americano.
O argumento dos americanos é a detecção de casos atípicos de mal da vaca louca, que levaram também à suspensão de exportações do Brasil para a China. Os Estados Unidos importaram 62,3 milhões de dólares de carne bovina e produtos de carne bovina do Brasil nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 36% em relação ao mesmo período um ano antes, de acordo com dados comerciais norte-americanos. Em volume total, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de importações de carne bovina e produtos para os EUA no período, atrás apenas do México.
Segundo as informações divulgadas pela Reuters, o senador dos EUA, Jon Tester, apresentou um projeto de lei nesta quinta-feira para suspender as importações de carne bovina brasileira para os Estados Unidos e pediu que especialistas revisassem “a segurança de commodities” após relatos na imprensa sobre o Brasil ter atrasado a comunicação de dois casos da doença da vaca louca.
“A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) condena qualquer medida arbitrária que vá contra os pilares do comércio internacional. Assim, repudia a conduta adotada pela entidade americana”, afirma a entidade, no comunicado.
No comunicado, a CNA destaca que o Brasil nunca registrou casos da forma típica de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e que, no país, a legislação proíbe o uso de proteína animal para a alimentação dos ruminantes, o que pode causar a contaminação desses animais. E, em relação aos casos atípicos, a Confederação destaca que o Brasil já cumprir todos os trâmites exigidos pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE).
“O Brasil tem um forte sistema de defesa sanitária, graças ao trabalho do governo brasileiro, em conjunto com os produtores rurais. O trabalho é reconhecido pela própria OIE, que nos últimos anos concedeu ao Brasil o status de zona livre de doenças como a febre aftosa e de risco insignificante para a vaca louca”, diz a CNA.
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“Entendemos que, ou a NCBA está desinformada ou adota a postura protecionista com viés econômico e sem nenhum caráter sanitário”, acrescenta o comunicado.
A pressão de entidades de criadores de gado americanas chegou ao Congresso do país. O senador Jon Tesler, democrata pelo estado de Montana, apresentou um projeto de lei para suspender as compras de carne bovina brasileira, sob o argumento de que especialistas devem avaliar a “segurança das commodities”, após os casos atípicos de mal da vaca louca no Brasil.