Produtor deve preparar o bolso para pagar mais juros

Aumento da taxa Selic deixa os financiamentos mais caros. Boa parte dos recursos é subsidiada pelo governo federal através do crédito rural

O produtor que precisa de crédito rural pode fazer as contas e preparar o bolso. O crédito para custar ou investir na produção neste ano vai pesar mais na planilha de custo. Um dos motivos é o aumento da taxa básica de juros, a Selic, que foi para 11,75% ao ano por decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central e os financiamentos devem ficar mais caros para a próxima safra, que começa a ser plantada no segundo semestre do ano.

É praticamente unânime a avaliação entre economista e especialistas que acompanham mais de perto a situação do crédito rural no país. Vale lembrar que boa parte dos recursos oferecidos no crédito rural são subsidiados pelo governo federal. O governo coloca dinheiro público, do orçamento, para equalizar os juros e oferecer taxas mais baixas para o agronegócio.

Na safra 2021/2022, algumas das diversas linhas oficiais, como são chamadas as opções de financiamento a juros equalizados, tinham taxas variando de 4,5% ao ano a 8,5%, bem menos do que estava sendo praticado no mercado.

Os aumentos da Selic vêm colocando o crédito rural sob pressão há algum tempo. Em fevereiro, o governo federal chegou a recomendar a suspensão de novas contratações logo depois de uma decisão do Banco Central de apertar um pouco mais a política monetária. À época, a alegação foi que não seria possível continuar a colocar dinheiro do Tesouro Nacional para oferecer empréstimos a taxas mais baixas.9h24”As discussões sobre o Plano Agrícola e Pecuário 2022/2023 estão acontecendo em um cenário bastante complicado, provavelmente o mais crítico dos últimos anos”, afirma a assessora técnica da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Fernanda Schwantes.

Há um projeto em tramitação no Congresso Nacional que pede R$ 868 milhões em recursos do Orçamento da União deste ano para cobrir as operações desta safra (2021/2022), que termina em junho. Mas o setor agropecuário calcula que a necessidade é de pelo menos R$ 4 bilhões.
O que deve ficar mais caro também é o seguro rural. Isso porque os prêmios (o valor da apólice) pagos pelos produtores são referenciados no custo de produção e nos preços dos produtos. Atualmente, os dois gatilhos estão em tendência de alta.

Fonte: Revista Globo Rural

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