No Estado, a área de cultivo de trigo alcançou 1.458.026 ha na safra 2022, sendo que 85% da colheita desta área já foi finalizada na região Oeste do Estado.
Novas amostragens realizadas no final de novembro indicam aumento na produtividade dos principais cereais de inverno cultivados no RS, segundo o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (01/12) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
No Estado, a área de cultivo de trigo alcançou 1.458.026 hectares na safra 2022, sendo que 85% da colheita desta área já foi finalizada na região Oeste do Estado. A maior parte das lavouras apresentam produtividade elevada e excelente qualidade do produto final colhido.
Na canola, cuja colheita dos 53.415 hectares cultivados foi concluída, a produtividade estimada, a partir de nova amostragem em 96 municípios, apontou 1.790 kg/ha, sendo 9,7% superior aos 1.638 kg/ha estimados em final de setembro. As quatro regiões com maior extensão de cultivo – Bagé, Ijuí, Santa Maria e Santa Rosa – são responsáveis por mais de 90% da produção e apresentam produtividades regionais muito semelhantes, entre 1.790 kg/ha e 1.860 kg/ha. A produção da safra é avaliada em 95.618 toneladas.
Com 90% dos 37.500 hectares cultivados colhidos, a amostragem em 70 municípios produtores de cevada apontou alteração na expectativa de produtividade em +3,8%, elevando de 3.237 kg/ha para 3.360 kg/ha. Entre as principais regiões produtoras, a amplitude produtiva foi de aproximadamente 3.000 kg/ha, nas regiões de Ijuí e Frederico Westphalen, a 3.590 kg/ha, em Passo Fundo. A produção estimada foi revista para 126 mil toneladas.
A aveia branca grãos está em processo de colheita, em finalização ou já finalizada a Oeste do Estado e, em menor proporção, a Leste. A área de cultivo é de 350.641 hectares. O índice estadual é de 93% colhidos.
Culturas de verão
Soja – A área projetada para a safra 2022/2023 é de 6.568.607 hectares. A produtividade estimada é de 3.131 kg/ha. A cultura teve avanço da semeadura para 73% da área projetada. A operação foi condicionada pela presença de umidade nos solos.
Nas regiões onde o volume de chuvas foi superior a 10 mm, foi possível realizar a semeadura com umidade adequada; nas demais, os produtores realizaram o plantio mais cautelosamente, contando com a previsão de chuvas, ou adiaram para após a ocorrência de novas precipitações.
O desenvolvimento inicial da cultura apresenta-se um pouco lento devido à baixa umidade nos solos, às temperaturas muito elevadas no período da tarde, à baixa umidade relativa do ar e à presença de ventos do quadrante sul, que aumentaram a evapotranspiração real das plantas. As lavouras semeadas até dia 15 de novembro estão em estádio de desenvolvimento com emissão dos trifólios. As lavouras semeadas após esta data apresentam desuniformidade na emergência.
Milho – A área estimada de cultivo para a safra 2022/2023 é de 831.786 hectares. A produtividade estimada é de 7.337 kg/ha.
A semeadura evoluiu pouco, ou seja, para 84%, pois além da baixa umidade nos solos, os produtores dedicaram-se a mesma atividade na cultura de soja. As condições de tempo, inicialmente com precipitações, depois com dias ensolarados e temperaturas altas, aceleraram o crescimento das lavouras. No entanto, com a insuficiência nos volumes precipitados em algumas regiões, já há indícios de estresse térmico e hídrico, mas ainda sem causar grandes impactos no potencial produtivo da cultura.
Há uma preocupação com a irregularidade e com a má distribuição das chuvas durante o mês de novembro, período quando as lavouras iniciaram o processo reprodutivo e, por consequência, demandam mais água para a formação de estruturas reprodutivas e reservas nos grãos.
As lavouras não irrigadas apresentam aumento de sintomas de déficit hídrico, como enrolamento e descoloração de folhas da parte superior da planta e início de senescência de folhas basais. Nas lavouras em fecundação, já se observam pequenas falhas de polinização e formação de grãos, influenciando o potencial produtivo.
Nas lavouras com sistema de irrigação, a situação da cultura é diferente, com plantas bem desenvolvidas, folhas normais, coloração verde-escuro e alto potencial produtivo, beneficiadas pela alta insolação.
Milho silagem – A cultura permanece em implantação escalonada. Estima-se que 60% dos cultivos foram implantados. Os maiores índices de implantação são nas regiões administrativas a da Emater/RS-Ascar de Erechim e Passo Fundo, que se aproximam da finalização, e os menores na região de Porto Alegre e Bagé, com 25% e 40% semeados, respectivamente.
Quanto às fases, predominam o desenvolvimento vegetativo, correspondendo a 61% dos cultivos, a floração em 30% e enchimento de grãos em 9%.
Na região de Santa Rosa, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, mas em função da falta de umidade nos solos, parte delas já apresentam sintomas do déficit hídrico, causando preocupações aos produtores de leite, que dependem desse alimento para o manejo alimentar.
Bovinocultura de leite – Percebe-se a diminuição da produção e um pequeno prejuízo no estado corporal dos animais devido ao vazio forrageiro das pastagens cultivadas. As pastagens nativas, mesmo com as chuvas ocorridas, não são capazes de suprir a demanda na alimentação dos rebanhos devido à escassez hídrica dos períodos anteriores e à alta lotação. Observa-se aumento no consumo de alimentos conservados e ração, mas poucos produtores ainda possuem reservas de feno ou silagem.
Por causa das temperaturas elevadas, ao longo dos dias, os criadores precisam estabelecer alguns cuidados com o rebanho para que os animais não sofram um estresse térmico, já que temperaturas acima de 20°C não são confortáveis. Como estratégia, os produtores antecipam a entrada e a retirada dos animais das pastagens pela manhã e retardam para um novo pastejo ao fim do dia, quando as temperaturas estão mais amenas. Também utilizam potreiros com sombras e água à vontade. Alguns produtores ainda retardam a segunda ordenha para à tardinha, quando o dia está mais fresco.
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A qualidade do leite permanece satisfatória, bem como o estado sanitário do rebanho. O preço do leite está em baixa, e há previsão de maiores baixas para as próximas semanas devido à alta na produção (grande oferta) e ao baixo consumo de leite no verão pela população.
Fonte: MilkPoint
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