Em outubro, a produção de leite registrou o maior incremento este ano. Considerando a média nacional, o aumento foi de 3,9% na captação, na comparação mensal.
Este cenário de maior oferta somado a pressão de baixa, especialmente no atacado de produtos lácteos, refletiu em uma queda maior para o produtor. No mais, as importações cresceram neste segundo semestre.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, no pagamento realizado em novembro, que remunera a produção de outubro, o recuo foi de 2,5% na média nacional ponderada dos dezoito estados pesquisados.
Foi a terceira queda consecutiva. O produtor recebeu, em média, R$1,173 por litro de leite, sem o frete.
Apesar do recuo, na comparação com o mesmo período do ano passado, o produtor está recebendo 12,6% mais este ano. Veja a figura 1.
Figura 1. Cotação média nacional ponderada do leite ao produtor – em R$/litro, valores nominais.
Em novembro, segundo dados parciais, a produção nacional deverá crescer pelo menos 1,5%, frente ao mês anterior. Ou seja, a expectativa é de que a safra continue pressionando para baixo os preços para o produtor, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste.
No Sul, os recuos na produção nesse período estão menores comparativamente com o ano passado, e no Nordeste a produção já aumentou (ligeiramente) em Pernambuco e Bahia, fatos que corroboram com o cenário de maior disponibilidade interna de leite.
Para o pagamento a ser realizado em dezembro, referente a produção de novembro, 72% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em queda no preço do leite, 25% falam em manutenção e os 3% restante estimam altas de preços do leite ao produtor, frente ao pagamento anterior.
A expectativa é de que o pico de produção no Brasil Central e região Sudeste aconteça em dezembro.
Fonte: Scot Consultoria