Além das mudanças nas normativas que o produtor enfrenta, o preço está em desaceleração por diversos fatores. Veja o levantamento da Scot!
A pesquisa trimestral do leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referente aos primeiros três meses deste ano, foi publicada em 13 de junho.
Para o levantamento foram considerados os volumes de leite adquiridos pelos laticínios com algum tipo de inspeção sanitária (municipal, estadual e/ou federal).
De janeiro a março foram coletados 6,2 bilhões de litros de leite, aumento de 3% em relação a igual período do ano passado. Este foi o maior valor captado desde 1997.
O volume cresceu em todos os períodos na comparação mês a mês. Veja na figura 1.
Figura 1.Volume de leite adquirido em 2018 e 2019 no Brasil – em bilhões de litros.
No primeiro trimestre de 2018, o volume captado havia reagido 2,7% frente a igual período de 2017.
Em 2019, com o produtor incentivado, com o preço do leite 6% maior em valores reais (deflacionados pelo IGPI – Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) no período de janeiro a maio, a produção cresceu em maior proporção comparado com os anos anteriores.
Em contrapartida, a demanda comedida na ponta final da cadeia começa a limitar as altas do preço para o produtor já no primeiro semestre, no período de entressafra.
Preços ao produtor
O preço pago ao produtor começou sua subida no pagamento realizado em janeiro de 2019 referente ao leite entregue em dezembro de 2018.
No entanto, as valorizações nos últimos pagamentos vêm diminuindo de intensidade frente as altas registradas no início do ano demonstrando a dificuldade da indústria em repassar as altas para os lácteos. Veja a figura 2.
Figura 2.Cotação média nacional ponderada do leite ao produtor – em R$/litro, valores nominais.
Para comparação, a valorização mensal registrada no pagamento de fevereiro foi de 4,1%, enquanto no pagamento realizado em maio foi de 1,5%.
Expectativas para o curto prazo
Do lado da produção, segundo o Índice de Captação de Leite calculado pela Scot Consultoria, houve queda de 1,6% em abril (média nacional). Para maio, os dados parciais apontam para recuo de 0,2% no volume de leite produzido, na comparação mensal.
Destacamos, porém, as quedas no Brasil Central e regiões Sudeste e Nordeste e aumentos no Sul do país no último mês.
Para comparação, de janeiro a maio a produção caiu 6,2%. Em 2018, em igual período, a captação havia caído 15,3%.
Com relação a precificação para o produtor, para o pagamento a ser realizado em junho, que remunera a produção entregue em maio, 73% dos laticínios pesquisados acreditam em manutenção no preço do leite ao produtor, 22% estimam alta e os 5% restantes falam em queda, em relação ao pagamento anterior.
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O viés ainda é de alta, mas aumentou o número de empresas que estimam manutenção dos preços do leite ao produtor, especialmente no Sul do país, onde laticínios já falam em queda no pagamento de junho.
Para o pagamento de julho (produção de junho) são esperadas quedas nos estados do Sul e manutenção (podendo cair ligeiramente) no Centro-Oeste, Norte, Sudeste e Nordeste.
Fonte: Scot Consultoria