Atualmente, apenas as novas usinas da FS, em Primavera do Leste (MT); da Inpasa, em Dourados (MS) e da CerradinhoBio, em Maracaju (MS), trabalham com o etanol de milho.
A oferta de etanol no Brasil deverá ser impulsionada pelo início do funcionamento de novas usinas de processamento de milho no País. Com isso, a produção de etanol deverá chegar a seis milhões de litros na safra 2023/24, um aumento de 36,70% em relação a 2022/23. A estimativa é da União Nacional do Etanol de Milho (Unem).
Por sua vez, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que a produção de etanol de milho deverá alcançar 10 bilhões de litros até 2030, com R$ 15 bilhões em investimentos.
Já o resultado para a safra 2023/24, segundo a Unem, deverá representar 19% da produção total prevista para a região centro-sul. A projeção contraria as expectativas de mercado, que havia projetado uma produção um pouco acima de cinco bilhões de litros na próxima safra. Já para a temporada 2022/23, a Unem estima uma participação do milho em 13,70%.
Para o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco, a geração de etanol de milho no Brasil “estimula o aumento da safra do grão, ampliando sua capacidade produtiva. Além das novas usinas, o setor também está sendo impulsionado pelas tecnologias.”
Sirimarco observa ainda que há vantagens logísticas na produção de etanol de milho, pois “as usinas estão mais próximas dos centros de consumo do Centro-Oeste e Norte do que as usinas do Sudeste”.
Unidades
Atualmente, apenas as novas usinas da FS, em Primavera do Leste (MT); da Inpasa, em Dourados (MS) e da CerradinhoBio, em Maracaju (MS), trabalham com o etanol de milho. Já a unidade da São Martinho em Quirinópolis (GO) opera no padrão flex (etanol de milho e cana).
A usina da ALD Bio, que pertence a um grupo de agricultores, e a usina da Inpasa em Nova Mutum (MT) esperam aumentar sua capacidade de produção, e continuam a receber investimentos. Segundo a Unem, no próximo ano-safra, que começa em abril, 20 indústrias devem estar autorizadas para a produção de etanol de milho.
Sirimarco afirma que a tendência para os próximos anos é que a produção de etanol de milho continue a progredir em um ritmo mais acelerado que a produção de etanol de cana, “em razão da elaboração de projetos mais arrojados para o setor.”
Produção e demanda
Segundo dados da Unem, em um período de seis anos, a produção de etanol de milho cresceu 12 vezes, com a construção de 20 usinas full e flex no país. A Inpasa, por exemplo, já produz mais etanol que a totalidade de usinas nas regiões Norte e Nordeste, alcançando 2.6 bilhões de litros anuais.
O presidente da Unem, Guilherme Nolasco, explica que o volume de excedente exportável de milho pode explicar a expansão de empreendimentos no setor. “Para aproveitar [esse milho], é preciso uma economia de escala”, afirma o executivo. Segundo ele, esses projetos acabam gerando uma competição com a demanda externa.
Dados da Agroconsult mostram que, na próxima safra, a expectativa é que as usinas consumam 14 milhões de toneladas de milho, ou seja, 11% da oferta nacional do grão. Esse número, mesmo relevante, ainda é considerado menor em relação ao que o Brasil deve exportar na próxima safra de grãos, algo em torno de 53 milhões de toneladas.
Nolasco acrescenta que o etanol de milho de segunda safra “trouxe renda e previsibilidade ao produtor rural, possibilitando o aumento na área plantada e produtividade sem a necessidade de incorporar novas áreas de fronteiras para a exploração”.
O executivo lembra ainda que o setor investe em florestas plantadas, que utilizam o eucalipto para a geração de vapor e energia na produção de etanol e cogeração para o sistema nacional.
“Os números positivos do setor caminham no sentido da sustentabilidade e da geração de empregos pela qual estamos trabalhando”, afirma o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Fontes: Valor / Ministério da Agricultura / Broadcast Agro
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