Santa Catarina e Rio Grande do Sul se unem para estimular o plantio de cereais de inverno na região; Embrapa concentra esforços no desenvolvimento de novos cultivares
A produção de cereais de inverno ganha cada vez mais força no Sul do Brasil. Lideranças de Santa Catarina e Rio Grande do Sul estão unidas na busca de novos cultivares e para incentivar os produtores rurais a investirem no plantio de trigo, triticale, centeio, aveia e cevada. A produção de cereais de inverno e o andamento dos projetos nos dois estados foram temas do encontro do secretário da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva, com lideranças gaúchas e catarinenses na sede da Embrapa Suínos e Aves, em Concórdia.
“Aqui no estado criamos o Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, que subvenciona 50% do valor das sementes de cereais de inverno destinadas à fabricação de ração. Na outra ponta, a Embrapa Suínos e Aves, em conjunto com a Embrapa Trigo, está trabalhando no desenvolvimento de cultivares adaptados para a produção de cereais voltados à fabricação de ração. São passos importantes para diversificarmos ainda mais a economia dos dois estados”, destaca o secretário Altair Silva.
Em Santa Catarina, a Secretaria da Agricultura está investindo R$ 5 milhões para incentivar o cultivo de cereais de inverno. Com o Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno Destinados à Produção de Grãos, os produtores receberão uma subvenção de R$ 250 por hectare efetivamente plantado com trigo, triticale, centeio, aveia e cevada, em um limite de 10 hectares por agricultor. A intenção é ampliar em 20 mil hectares a área cultivada em todo o estado na safra 2020/2021.
Todo esse movimento para apoiar o plantio de cereais de inverno tem como objetivo reduzir a dependência de milho e os custos de produção, além de trazer mais uma alternativa de renda para os agricultores e mais competitividade para a cadeia produtiva de carnes. “O deficit de milho é um desafio que Santa Catarina tem enfrentado e as alternativas estão aí. Estou animado com esse movimento que o Rio Grande do Sul vem fazendo, de incentivo à produção de alimentos alternativos, e tenho certeza que isso fortalecerá toda a nossa produção no Sul”, ressalta Altair Silva.
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Segundo o superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Rio Grande do Sul (Senar/RS), Eduardo Condorelli, esta é uma oportunidade excelente de agregação de renda para o setor produtivo dos estados do Sul. “Precisamos estar organizados para enfrentar o desafio, que não é tão grande assim, pois temos área, infraestrutura e tecnologia. Nosso papel é dar voz ao que a Embrapa desenvolve, pois é aqui que encontramos a solução”, enfatiza.
Embrapa concentra esforços no desenvolvimento de novos cultivares
Enquanto a Embrapa Trigo, de Passo Fundo, trabalha no desenvolvimento das cultivares de cereais de inverno, a Embrapa Suínos e Aves analisa o uso desse material na alimentação de suínos e aves. “A nossa missão é a de gerar as soluções que a cadeia produtiva precisa. Estamos aqui para atuar em conjunto com o Estado, as cooperativas e os produtores em busca do que o produtor precisa”, afirma a chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella.
Durante o encontro, pesquisadores da Embrapa apresentaram os resultados da pesquisa de cereais de inverno e a questão econômica do projeto.
Também estiveram presentes no encontro o presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedroso, os representantes da Associação Brasileira de Proteína Animal – ABPA Ricardo Santin e Francisco Turra.