Produção de carne de frango cresceu mais de 1.000% no Brasil

Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Proteína Animal; segundo a entidade a produção brasileira de carne de frango cresceu mais de 1.087%, ou seja, mais de 11 vezes entre 1980 e 2023

Superara a falácia de que frangos são produzidos com hormônios, vamos aos números impressionantes desse setor que não para de crescer. A produção brasileira de carne de frango cresceu mais de 1.087%, ou seja, mais de 11 vezes entre 1980 e 2023, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). No início da década de 80 o país produzia cerca de 1,250 milhões de toneladas de frango, já em 2023 a produção saltou para 14,833 milhões de toneladas.

Outro dado assombroso são as exportações. Hoje, o Brasil exporta 30 vezes mais que na década de 80, tornando-se o líder mundial das exportações de carne de frango e figurando em segundo lugar como maior produtor do mundo, só perdendo a medalha de ouro para os Estados Unidos.

carne de frango producao no brasil - abpa
Fonte: ABPA, SECEX, USDA, FAO

Além dos números, é essencial ressaltar a importância desta proteína para a garantia de segurança alimentar e para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. Em toda a cadeia produtiva, são 3,5 milhões de empregos diretos e indiretos. Apenas nas fábricas são mais de 300 mil postos de trabalho de um setor com Valor Bruto de Produção superior a R$ 90 bilhões.

É uma enorme força de trabalho que produziu no ano passado 14,8 milhões de toneladas em território brasileiro – desde 2013, o Brasil adicionou cerca de 2,5 milhões de toneladas em sua produção.

Quase 35% disto é direcionado a mais de 150 países nos cinco continentes – capilaridade que proporcionou ao Brasil a liderança mundial nas exportações da proteína, sendo responsável por 38% do total do comércio internacional. Para fins de comparação, as agroindústrias brasileiras exportaram no último ano mais que as vendas internacionais de Estados Unidos e União Europeia – segundo e terceiro maiores, respectivamente – somadas, e é maior do que toda a produção da Rússia (quinto maior produtor global da proteína). São embarques que geram receitas próximas a US$ 10 bilhões (dados de 2023).

O impacto econômico e social da carne de frango para o Brasil não está apenas nos dados macroeconômicos. O peso social individualizado da proteína se vê em seu consumo per capita. Cada brasileiro consome, em média, 45 quilos da proteína – índice alcançado em 2020 e que se mantém desde então. É, de longe, a proteína animal mais consumida pelo brasileiro.

São números que mostram a relevância e a missão deste setor com o Brasil – para onde é destinada 65,3% de toda a produção nacional.

“Nossa cadeia produtiva é continental, e tem papel determinante nos hábitos, na economia e na cultura gastronômica de Norte a Sul. Do campo às fábricas, são bilhões em investimentos em tecnologia de ponta para garantir a qualidade e a sanidade dos produtos, com maior produtividade. É um dos alicerces alimentares do País, e pilar econômico de diversas regiões. Neste dia, celebramos um setor resiliente, que cumpre seu papel e que seguirá atuando para que não falte o acesso a este alimento de alta qualidade para as famílias de todo o país”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

produção de frango
Foto: Divulgação

Projeções para 2024

Conforme projeções, o ano de 2024 será positivo para a produção de carne de frango no país, com estimativa de crescimento de até 1,8% no volume produzido, podendo chegar a 15,1 milhões de toneladas neste ano. Deste total, cerca de 5,25 milhões de toneladas devem ser destinadas ao mercado internacional ao longo dos 12 meses de 2024 – volume que representa 2,2% de alta em relação ao ano de 2023. Já para o mercado interno, serão cerca de 9,85 milhões de toneladas, número 1,6% maior em relação à oferta total de carne de frango para o mercado brasileiro em 2023.

A produção e o consumo de ovos também deverão ser recordes em 2024. A expectativa é que a produção alcance 56,9 bilhões de unidades no ano, o que será um crescimento de até 8,5% se comparado ao total de 2023. A maior parte absoluta (99,5%) deverá seguir destinada ao mercado interno.

Retorno da China

O setor celebrou, neste último mês de agosto, a oficialização da retomada das exportações de carne de frango do Brasil pela China, anunciada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária. De acordo com o Ministério, apenas embarques provenientes do estado do Rio Grande do Sul seguem com embarques suspensos. O retorno ocorreu após a aplicação da autossuspensão decorrente da identificação de caso isolado de Doença de Newcastle em granja localizada em Anta Gorda (RS).

Preços melhores ajudam no crescimento do setor

O preço médio das exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) voltou a superar o patamar de US$ 2 mil dólares por tonelada, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em agosto, o preço médio da tonelada exportada alcançou US$ 2.089, número 8,9% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, de US$ 1.918. É o maior preço médio desde agosto de 2022, com US$ 2.106 dólares por tonelada.

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Foto: Reprodução

Afinal, frangos usam hormônios?

As lendas urbanas criadas para explicar o progresso genético dos frangos sempre surgem na cabeça da população, junto aos “hormônios dos frangos” temos o “papelão na salsicha” e “minhoca no hambúrguer”. Não há qualquer tipo de aplicação de anabolizantes esteroidais (hormônios) em frangos, seja injetado ou na ração.

As melhorias em rendimento e produtividade se deram por:

  • Melhoramento e seleção genética
  • Nutrição balanceada e precisa
  • Controle sanitário eficiente

Podemos usar alguns alimentos vegetais como exemplo, os quais passaram pelo mesmo melhoramento. A produtividade do milho, trigo e arroz, que consumimos hoje, é maior que do passado. Isso foi devido a um avanço em genética, nutrição das plantas e manejo sanitário adequado.

Fim de papo. Frango não tem hormônio e ponto final.

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