O Brasil teve a menor área plantada com arroz em mais de 40 anos, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O desincentivo à produção ocorre porque outras culturas como soja e milho estavam remunerando mais os agricultores. A produção do cereal também caiu e está entre as menores pelo menos desde a temporada 1997/1998, com cerca de 10 milhões de toneladas. Com essa menor oferta e uma demanda aquecida, o preço do arroz já subiu cerca de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. As exportações do cereal até o momento vão bem.
Dados da consultoria Safras & Mercado revelam que o Brasil já enviou ao exterior cerca de 1 milhão de toneladas de janeiro a julho, volume quase 18% maior que o mesmo período do ano passado. Dessa combinação de produção menor e exportações aquecidas, deve resultar o menor estoque de passagem de arroz em quase 3 décadas, revela a Safras.
Isso significa então que vai faltar arroz no Brasil? As consultorias não veem esse cenário catastrófico. Isso porque as importações podem aumentar, a produção também pode subir se o preço continuar avançando, e os embarques podem cair. Ou seja, há vários fatores que podem equilibrar a oferta sem comprometer o consumidor brasileiro. Até que esse reequilíbrio do mercado volte a ocorrer, o preço ao produtor rural brasileiro tende a subir, segundo a consultoria.
Para o consumidor, os impactos da alta poderão ser sentidos também no bolso. Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indicam que de janeiro a junho, o arroz já subiu 6,5% nos supermercados. Vamos precisar acompanhar o desempenho no campo para entender os futuros impactos nos preços ao agricultor e ao consumidor brasileiro.
Com Jovem Pan
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