“Produção de arroz deve atender o mercado interno”, afirma IBGE

Na contramão do que afirma o Governo Lula, o último levantamento do IBGE e Conab, ambos apontam uma produção média de 10,5 milhões de toneladas para o arroz brasileiro, sendo suficiente para atender o mercado interno. Para que então fazer a importação de arroz?

A produção brasileira de arroz, de acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), pelo IBGE e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), está estimada em 10,55 milhões de toneladas para a safra 2023/24, mostrando um crescimento de 4,7% na área plantada. Na contramão do que afirma o Governo Lula, essa produção de arroz deve atender o mercado interno, refutando a necessidade da importação de arroz, conforme justificativa apontada pelo presidente.

Esses números destacam uma capacidade de produção robusta, capaz de atender às necessidades do mercado interno, afirmou o IBGE em sua publicação​. Esse incremento na área semeada, apesar das adversidades climáticas enfrentadas, especialmente no Rio Grande do Sul, evidencia uma gestão agrícola eficaz e resiliente frente aos desafios naturais​​.

Segundo a publicação do último dia 13 de junho, “o LSPA estima para o arroz uma produção de 10,5 milhões de toneladas, porém, com uma produtividade menor do que em 2023, contribuindo para isso os problemas climáticos do Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz”.

  • CONAB: produção de arroz é estimada em 10,395 milhões de toneladas;
  • IBGE: LSPA estima para o arroz uma produção de 10,5 milhões de toneladas;

“A maior parte das lavouras já estavam colhidas, mas o que ainda estava em campo foi afetado. A redução da produção no Rio Grande do Sul, em maio, em relação ao mês anterior, foi compensada pelos aumentos em Minas Gerais, onde foram identificadas novas áreas de produção, sob pivô nos municípios de Paracatu e Unai, assim como crescimentos de produção no Paraná (2,1%), Mato Grosso do Sul (4,9%), Goiás (9,8%) e Mato Grosso (18,1%). A produção de arroz deve atender o mercado interno. As chuvas e as enchentes no Rio Grande do Sul devem reduzir a produção, mas não o suficiente para faltar arroz no mercado”, conclui o gerente da pesquisa, Carlos Barradas.

Importação de arroz

O debate sobre a importação de arroz pelo governo parece deslocado diante desse cenário de produção. Enquanto as autoridades federais argumentam sobre a necessidade de importação para estabilização dos preços internos e garantia do suprimento​, apontou a CONAB​, apontando ainda que os dados de produção indicam uma safra que não só se recupera das adversidades, mas também apresenta crescimento.

A Conab ressalta que a produção de arroz tem se mostrado suficiente para atender ao consumo doméstico, sem necessidade evidente de recorrer a importações que possam impactar negativamente os produtores nacionais e a economia agrícola local.

Esta análise reforça a importância de políticas públicas baseadas em dados precisos e atualizados sobre a capacidade produtiva nacional, evitando decisões que possam contrariar os interesses dos produtores brasileiros e os indicadores de autossuficiência alimentar do país. A estabilidade e previsibilidade são essenciais para o planejamento agrícola e para a manutenção da confiança dos produtores rurais no mercado nacional.

Decisão do Governo Lula

O Governo Federal liberou um total de R$ 7,2 bilhões para a importação de até um milhão de toneladas de arroz, com o objetivo de estabilizar o preço do produto e garantir o abastecimento após as enchentes no Rio Grande do Sul. Esse valor está dividido em duas partes: R$ 6,7 bilhões para a compra do arroz e R$ 500 milhões para equalização de preços​.

Quanto à situação dos leilões, o primeiro leilão para importação de arroz beneficiado ocorreu sob a gestão da Companhia Nacional de Abastecimento, onde foram autorizados a gastar até R$ 1,7 bilhão na compra de arroz e mais R$ 630 milhões para as despesas de equalização de preços​ (Serviços e Informações do Brasil)​. O arroz importado será vendido a um preço tabelado de R$ 4 por quilo.

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