No cenário externo, tem se observado uma redução dos custos de produção, com destaque para a queda do preço do petróleo e do valor do frete marítimo.
O Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) encerrou junho com variação positiva de 0,8% em relação ao mesmo mês de 2021, mas na comparação com maio deste ano houve queda de 1%.
Os resultados mostram que, em geral, a conjuntura econômica adversa continuou a limitar o ritmo das atividades no setor, mas as perspectivas são de resultados melhores neste segundo semestre.
“O mercado interno deverá ficar mais aquecido até o fim do ano, seja devido à recuperação do mercado de trabalho, seja em decorrência das transferências de renda (direta ou indireta) promovidas pelo governo federal. No cenário externo, tem se observado uma redução dos custos de produção, com destaque para a queda do preço do petróleo e do valor do frete marítimo. A combinação desses fatores deverá aumentar a confiança do empresário industrial e dar fôlego adicional para a agroindústria”, avalia o FGV Agro.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a leve alta de junho foi sustentada por incrementos de 0,8% tanto no grupo formado por produtos não-alimentícios, puxado por têxteis (3,2%), florestais (3,2% e fumo (2%), quanto no composto por alimentos e bebidas. Em relação a maio deste ano, contudo, houve retrações nos dois grupos – de 1,6% e 0,4%, respectivamente.
Assim, o PIMAgro fechou o primeiro semestre deste ano com queda de 0,4% em comparação com igual intervalo de 2021. “Mas, apesar de manter a tendência de contração, a variação acumulada média entre abril e junho (-0,7%) foi significativamente inferior à média observada entre janeiro e março (-2,9%)”, realçou o centro da FGV. Aliado à tendência de melhora do cenário econômico, esse arrefecimento da curva de baixa no segundo trimestre abriu espaço para os ajustes feitos para o resultado do indicador no acumulado do ano.
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No cenário base, o FGV Agro passou a projetar variação positiva de 1,9% no PIMAgro em 2022 – o quadro pessimista aponta alta de 0,4%, e o otimista, avanço de 3,3%. No início do ano, o cenário base indicava avanço de 0,2%, e o quadro pessimista indicava recuo de 1,6%. Ou seja, na pior das hipóteses traçadas no momento, o indicador encerrará o ano no azul.