O produtor precisa ficar atento ao ataque de pragas na lavoura! A lagarta-do-cartucho do milho é a principal praga presente nas lavouras nesse momento em que o milho da primeira safra está na fase vegetativa. “Para não comprometer a produtividade é preciso monitorar, para a correta tomada de decisão”, orienta a pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Simone Martins Mendes.
Atualmente, o milho transgênico com atividade inseticida, ou simplesmente milho Bt, está plantado em 5,3 milhões de hectares do país. Isso representa cerca de 82% das áreas de milho primeira safra, segundo levantamento realizado pela Céleres.
“Contudo, o uso dessa tecnologia em grande parte das lavouras não retira do produtor a tarefa de manter o monitoramento de pragas, sobretudo em função da quebra de resistência ou redução da eficiência do milho Bt sobre a lagarta-do-cartucho, o que já é realidade nas principais regiões produtoras de milho do país. Neste cenário, é fundamental manter a vigilância e o monitoramento nas lavouras”, afirma Simone Mendes.
Segundo a pesquisadora, a presença desta praga pode atingir níveis que demandem medidas adicionais de controle. Isto pode ser feito por meio do controle biológico, com a liberação de insetos benéficos na lavoura, também conhecidos como inimigos naturais, a exemplo da vespinha Trichogramma, ou com o uso de bioinseticidas. Ou mesmo com o controle químico, com a aplicação de inseticidas. Essa medida de controle deve ser utilizada quando a ocorrência da praga atingir um nível em que cause prejuízos e que não seja mais viável o uso do controle biológico. Isso pode ser verificado a partir do monitoramento.
Basicamente, duas formas de monitoramento têm sido preconizadas: a primeira é o uso de armadilhas de feromônio, e a segunda, o monitoramento em campo. “No primeiro caso, a armadilha contém um dispositivo que exala o “cheiro” da mariposa fêmea da lagarta-do-cartucho para atrair o macho. Nesse caso, é preciso verificar as armadilhas com frequência, e, quando for observada a captura de três mariposas, é o sinal de que o nível crítico de infestação foi atingido. Aí o produtor precisa levar em consideração quais são as medidas de manejo a serem adotadas. Uma armadilha pode monitorar em torno de cinco hectares”, explica a pesquisadora .
Por sua vez, o monitoramento presencial no campo tem como foco as injúrias (folhas raspadas ou danificadas) causadas pela lagarta-do-cartucho nas plantas do milho. Nesse caso, ele precisa dividir as lavouras em talhões e adotar uma estratégia para o monitoramento. “É preciso ficar atento ao nível máximo de 20% de plantas com injúrias para que se decida pelo uso do controle químico”, orienta Mendes.
A partir deste momento, as plantas ficam maiores e se tornam menos vulneráveis à infestação da praga. “Além disso, quando a lagarta fica muito grande, é difícil atingi-la com qualquer medida de controle. Vale ressaltar que os danos causados pela lagarta-do-cartucho na planta podem levar a uma redução de aproximadamente 40% de produtividade”, diz Simone Mendes.
Embrapa