Segundo as estimativas, a produção total deve atingir 308,5 milhões de toneladas, indicando uma queda de 2,8% em relação à safra de 2023, o equivalente a 8,8 milhões de toneladas a menos.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou ontem, (9), o primeiro prognóstico do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) para a safra brasileira de grãos, cereais e leguminosas em 2024. Segundo as estimativas, a produção total deve atingir 308,5 milhões de toneladas, indicando uma queda de 2,8% em relação à safra de 2023, o equivalente a 8,8 milhões de toneladas a menos.
A principal razão por trás desse declínio é a redução nas produções de soja, com uma diminuição de 1,3% (equivalente a -1.985.180 toneladas), e milho, apresentando uma queda de 5,6% (ou -7.331.066 toneladas). O gerente do LSPA, Carlos Barradas, atribui essa redução às condições climáticas adversas, destacando o excesso de chuvas no Sul e o tempo seco no Norte, o que está impactando o plantio em algumas Unidades da Federação.
Carlos Alfredo Guedes, gerente de agricultura do IBGE, ressalta que, apesar das quedas, a safra de soja ainda será robusta, atingindo 149,8 milhões de toneladas, e a produção de milho alcançará 124,3 milhões de toneladas, mesmo após a recorde safra de 2023.
A exceção positiva é o arroz em casca, que deve registrar um crescimento de 2,5%, totalizando 10,5 milhões de toneladas. O aumento é atribuído às chuvas no Rio Grande do Sul, contribuindo para as reservas de água destinadas à irrigação e aos preços relativamente elevados.
Quanto à distribuição regional, o Rio Grande do Sul é a única região prevista para um aumento significativo na produção em 2024, com uma estimativa de crescimento de 41,2%. Em contraste, estados como Mato Grosso, Paraná, e Santa Catarina enfrentarão declínios de 8,1%, 9,6%, e 7,8%, respectivamente.
Além disso, a pesquisa revela que a safra de 2023 é 20,6% maior do que a de 2022, totalizando 317,3 milhões de toneladas. A área a ser colhida apresentou um crescimento de 6,5%, atingindo 78,0 milhões de hectares.
A Pesquisa de Estoques do IBGE, divulgada simultaneamente, mostra um aumento de 4,8% na capacidade de armazenamento no país no primeiro semestre de 2023. O estado do Rio Grande do Sul lidera em número de estabelecimentos de armazenagem, enquanto Mato Grosso mantém a maior capacidade, com 51,7 milhões de toneladas. Silos representam mais da metade da capacidade útil total.
Esses dados contribuem para uma análise abrangente do cenário agrícola brasileiro, destacando desafios e oportunidades para o setor nos próximos anos. O próximo resultado do LSPA está previsto para 7 de dezembro.
Análise dos impactos para os agricultores
O cenário projetado para a safra brasileira de grãos em 2024, com uma queda de 2,8% em relação ao ano anterior, traz consigo uma série de impactos para os agricultores em todo o país. Aqui estão algumas considerações sobre como essas mudanças podem afetar os produtores:
Rendimento financeiro reduzido: Com a diminuição na produção de importantes commodities como soja e milho, os agricultores podem enfrentar um impacto direto em seus rendimentos financeiros. A redução nas toneladas produzidas implica em menor oferta desses produtos no mercado, o que pode resultar em preços mais altos, mas os ganhos podem não compensar totalmente as perdas de produção.
Desafios climáticos: As condições climáticas adversas, como o excesso de chuvas no Sul e o tempo seco no Norte, não apenas afetam a produção, mas também criam desafios operacionais para os agricultores. Atrasos no plantio e na colheita podem prejudicar os cronogramas, aumentar os custos de produção e gerar incertezas sobre o sucesso da safra.
Desafios regionais: A disparidade entre o aumento da produção no Rio Grande do Sul e as quedas em outros estados pode criar desafios logísticos e de distribuição. Agricultores em regiões com declínio na produção podem enfrentar pressão adicional devido à competição por recursos limitados, como transporte e armazenamento.
Desafios de Crédito Agrícola: Agricultores que dependem de financiamento para suas operações podem enfrentar desafios ao renovar ou obter novos empréstimos devido à incerteza sobre os retornos financeiros da safra.
Em resumo, o cenário de queda na safra de grãos em 2024 no Brasil cria um ambiente desafiador para os agricultores, que precisarão adotar estratégias flexíveis e inovadoras para lidar com as complexidades decorrentes das condições climáticas e de mercado.
Escrito por Compre Rural.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Juliana Freire sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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