Os termômetros indicarão temperaturas superiores à média durante esta estação em todo o território nacional, alcançando máximas que podem ultrapassar os 40 ºC em diversos estados.
O início oficial do verão está agendado para o dia 22 de dezembro, estendendo-se até o término em 20 de março. Conforme as previsões reveladas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), esta estação se caracterizará pela ocorrência de precipitações acima da média em vastas áreas do território brasileiro.
Antecipa-se que as regiões Norte e Centro-Oeste serão palco dos maiores índices pluviométricos, variando entre 700 mm e 1.100 mm.
O Sudeste e Centro-Oeste testemunharão a predominância da chuva, principalmente devido à influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS).
Enquanto isso, nas porções setentrionais das regiões Nordeste e Norte, é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que assume a responsabilidade primordial pelo período chuvoso.
Elevação das temperaturas
Prevê-se, igualmente, que as temperaturas ultrapassem a média em todo o território nacional. No Norte e Nordeste, os termômetros podem atingir a marca de 40 °C, enquanto nas regiões Sul e Sudeste, as máximas devem se manter em torno de 30 °C.
O verão desempenha um papel crucial no Brasil, sendo responsável por uma parcela significativa das precipitações que banham o país.
Além disso, a estação propicia condições favoráveis para o setor agropecuário, a geração de energia por meio de hidrelétricas, a reposição hídrica e a manutenção dos reservatórios.
Impactos do fenômeno El Niño
A projeção aponta que o fenômeno El Niño, cuja influência já se fez sentir ao longo de toda a primavera no Brasil, continuará exercendo considerável impacto durante o verão. El Niño constitui um fenômeno climático oceânico-atmosférico que se manifesta no Oceano Pacífico Equatorial.
A anomalia de aquecimento nas águas superficiais do Pacífico desencadeia alterações na circulação atmosférica e nos padrões pluviométricos em escala global.
No território brasileiro, o El Niño costuma desencadear precipitações aquém da média nas regiões Norte e Nordeste, ao passo que as áreas Sul e Sudeste experimentam índices pluviométricos acima da média
Impactos na Safra 2023/2024
Levando em consideração as projeções dos modelos climáticos e a persistência do fenômeno El Niño, a repercussão desta ocorrência na safra de verão 2023/2024 demanda atenção especial. Na região do Matopiba, que abrange territórios do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, as precipitações ficaram aquém da média nos meses de outubro e novembro. Este cenário manteve os níveis de umidade no solo notavelmente baixos, prejudicando as fases iniciais dos cultivos de verão.
Para os meses subsequentes, a previsão é de que os níveis permaneçam baixos, prolongando as condições de déficit hídrico e aumentando a evapotranspiração devido às elevadas temperaturas.
No Brasil Central, o retorno das chuvas, observado na segunda metade de dezembro, contribuiu para a elevação dos níveis de água no solo em algumas áreas. Essa conjuntura tem propiciado a retomada do plantio e o desenvolvimento dos cultivos da primeira safra.
Entretanto, há projeções de chuvas regulares nos próximos meses. Inicialmente, isso pode propiciar a recuperação dos níveis de umidade no solo, beneficiando as culturas em estágios fenológicos que demandam maior suprimento hídrico.
Além disso, os volumes de chuva previstos para a Região Sul deverão manter os níveis de água no solo elevados, embora com menor probabilidade de resultar em excesso hídrico. A redução do volume de chuvas em comparação aos meses anteriores pode facilitar a retomada da semeadura das culturas da primeira safra em áreas que estão atrasadas.
Recomendações
Dada a previsão climática para o verão 2023/2024, é imperativo que produtores rurais e autoridades locais adotem medidas para se ajustar aos impactos do El Niño. Nas regiões Norte e Nordeste, é essencial monitorar os níveis de umidade no solo e implementar medidas preventivas para evitar perdas de produtividade.
No Brasil Central, é crucial aproveitar o retorno das chuvas para reiniciar o plantio e o desenvolvimento das culturas.
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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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