Para dezembro, as atenções deverão se intensificar no desenvolvimento das lavouras no Brasil e na Argentina.
A saca de 60 quilos abriu o mês a R$ 142,00 em Passo Fundo (RS) e encerrou a R$ 152,00. No mesmo período, o preço passou de R$ 133,00 para R$ 137,00 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis (MT), a cotação avançou de R$ 125,00 para R$ 131,00. No Porto de Paranaguá, a referência aumentou de R$ 143,00 para R$ 147,00.
Os contratos futuros com vencimento em janeiro subiram 2,46% no mês em Chicago, fechado a quinta (30) a US$ 13,42 3/4 por bushel. O clima irregular na América do Sul, atrasando o plantio, deu sustentação ao mercado. Além disso, o mês foi marcado por uma boa demanda pelo produto dos Estados Unidos, principalmente por parte dos chineses.
O câmbio, no entanto, não favoreceu a comercialização. O dólar comercial teve queda de 2,5% em novembro, encerrando na casa de R$ 4,915. O clima de menor aversão ao risco no mercado financeiro internacional deu força ao real.
Para dezembro, as atenções deverão se intensificar no desenvolvimento das lavouras no Brasil e na Argentina. O clima é motivo de preocupação. Ainda assim, se projeta uma safra brasileira acima de 160 milhões de toneladas. Depois da quebra no ano passado, a Argentina deverá colher mais que o dobro. Ou seja, o quadro ainda aponta para uma grande oferta.
Safra
A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 161,377 milhões de toneladas, com elevação de 2,2% sobre a safra da temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por SAFRAS & Mercado. Se confirmada, será a maior safra da história.
Em julho, quando foi divulgado o relatório de intenção de plantio, a projeção era de 163,25 milhões de toneladas. A redução sobre a estimativa anterior é de 1,15%.
SAFRAS indica aumento de 2,1% na área, estimada em 45,62 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,68 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare para 3.555 quilos.
Foram feitos ajustes finos nos potenciais de produtividades médias de alguns estados das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país devido ao clima irregular (baixa umidade e temperaturas elevadas) registrado desde outubro. Os destaques negativos ficam com os estados do Mato Grosso e de Goiás.
“Apesar disso, é importante destacar que as produtividades ainda podem ser elevadas nestes estados, embora devam ser inferiores às registradas na temporada 2022/23 (que foram bastante elevadas)”, explica o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez Roque. “Se o clima não melhorar, novos cortes podem ocorrer, mas havendo melhora, boa parte das plantas pode se recuperar, resultando em produtividades ainda relevantes”, alerta.
No Sul, a atenção é com o excesso de umidade, que vem atrasando os trabalhos de plantio. “Apesar disso, ainda não podemos falar em perdas de potencial produtivo nas lavouras”, conclui o analista.
Fonte: Agência Safras
ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira
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