Fazer a gestão de pessoas e ter a equipe certa é o melhor ativo da pecuária; veja a opinião do zootecnista e mestre em produção animal, Antonio Chaker
Em propriedades rurais, assim como nas empresas, ter uma equipe de qualidade e motivada trabalhando é sinônimo de prosperidade. E você já parou para pensar se premiar ou der algum incentivo para o funcionário fará ele produzir mais?
Segundo o zootecnista e mestre em produção animal Antonio Chaker e diretor do Inttegra, consultoria especializada em gestão de fazendas por meio de métricas gerenciais, um plano de premiação não resolve o problema de gente fraca ou errada, ou seja, o que proprietário precisa buscar é remunerar de forma adequada a pessoa certa.
“Muitas vezes é falado o meu melhor ativo da empresa, fazenda são as pessoas, é mentira, não são o ativo mais importante não. O ativo mais importante de uma empresa são as pessoas certas gente errada não contribui com o projeto. Primeiro veja quem está com você para depois discutir as remunerações variáveis”, disse no quadro Dicas do Chaker. “O que você prefere ser um líder genial com mil auxiliares e assistentes ou construir um time que funcione absolutamente sem você? Então quem está com você é mais importante do que como você vai remunerá-lo. A remuneração é pra você manter, motivar, incentivar, mas principalmente para reconhecer as pessoas certas que estão com você”, afirmou.
Aí entra outro ponto importante, como conseguir achar a pessoa certa para trabalhar na propriedade? Já que sabemos que as propriedades rurais necessitam de cuidado e gerenciamento para prosperar, e estamos falando de patrimônio, então se não prosperar quem irá perder é o proprietário.
Para Chaker o primeiro ponto para achar o funcionário ideal é entender que tem pessoas adequadas para a função e outras que não são.
“Nem quero falar aqui que tem gente preguiçosa, mentirosa, ladrãozinho, infelizmente isso existe, temos que encarar se forma certa, selecionar a pessoa certa para trabalhar comigo. Atrair a pessoa certa. E quem atrai é a sua fama como pecuarista, bom patrão, bom pagador, fazenda onde as pessoas progridem, ganham bem e avançam, todos esses aspectos vão atrair pessoas para trabalhar com você” destacou.
Portanto, o primeiro passo é atrair, o segundo é selecionar boas pessoas, e o terceiro é manter essas boas pessoas e aí entra a história da remuneração para que você possa manter o bom funcionário trabalhando.
Gente boa dentro do barco e ruim fora dele para poder prosperar
Chaker destacou a importância em reter o funcionário certo e dispensar o quanto antes o que não se adequar ao projeto da sua propriedade rural.
“E, dentro desse ponto de vista tem o seguinte aspecto, gente certa dentro do barco e gente errada fora do barco. Quantas vezes nós, eu mesmo já vivi isso, demoramos em executar a decisão de que aquela pessoa errada está fora do barco, você dá uma chance, dá duas, três, quatros, uma vida. Quando a pessoa não se adapta ao projeto ou é pouco produtiva é melhor que ela saia logo para que ela vá para outra atividade e seja feliz. Sem perder tempo.”, disse.
Como saber se é o funcionário errado?
O processo de demissão de um funcionário incide em gastos, e acaba sendo burocrático porque para mandar um funcionário existe a necessidade de contratar um novo colaborador para ajudar nas tarefas diárias da propriedade, muitas vezes exige treinamento. Então, o melhor para saber se o funcionário está remando a favor do time é fazer a gestão de pessoas.
“Evidente que para você saber que ela é a pessoa errada tem uma dica, você combina as tarefas com a pessoa e estabelece os resultados previstos, e, toda semana, mês, trimestre você acompanha se o combinado foi executado ou não”, exemplificou.
Um exemplo prático é avaliar se ela teve muita rotatividade de equipe, se os controles são adequados, se o gado ganhou peso dentro da média, se a condição corporal das fêmeas está adequada, se o manejo de pastagem está no ponto de engorda.
“Então você cria 8 ou 9 indicadores e combina com ele o que você vai avaliar e se está tudo dentro da meta é a pessoa certa e se está fora é a pessoa errada. Muitas vezes você se identifica com a personalidade da pessoa, você gosta da pessoa e abre mão da performance pelo relacionamento. Mas é injusto principalmente com ela. É fundamental como atrair, motivar, manter e caso seja necessário trocar”, afirmou.
Para finalizar Chaker dá uma dica muito necessária que é o colaborador sempre sair do emprego sabendo o motivo pelo qual não deu certo o serviço e foi dispensado.
Segundo o profissional, na demissão o funcionário, peão não pode sair com cara de ‘ué’, ou seja, sem saber o que fez de errado para ser dispensado. E, para ele não sair com cara de ‘ué’, existe a necessidade de existir um processo de tarefa como mencionado dentro da propriedade com metas a serem realizadas por período, se durante o tempo trabalhado na fazenda a pessoa perceber que não está conseguindo cumprir as obrigações ela mesma já vai entendendo que não está realizando adequadamente o serviço.
“Nunca pode existir a pergunta por que na demissão. Essa pessoa durante esse processo do mês, do trimestre, semestre ele acompanha também se ele está indo bem ou mal quando chega determinada data de finalizar esse ciclo de carreira não é surpresa nenhuma. Se você demitir um funcionário e for surpresa fica com ‘cara de ué’ você não tem gestão de pessoas de forma adequada. Pense nisso, lembre que primeiro quem e depois o que e faça uma equipe realmente vencedora”, destacou.
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