“Diante dos resultados obtidos, esses casos foram concluídos e não representam risco para a cadeia de produção bovina do país”, destacou o Mapa.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) notificou, nesta segunda, 6, que considera como encerrado a investigação sobre a ocorrência de dois casos atípicos de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) , doença conhecida como o “mal da vaca louca”, de animais que estavam em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).
A interrupção das exportações de carne bovina brasileira à China por causa da identificação de dois casos atípicos do mal da “vaca louca” no País deve resultar, neste primeiro momento, em prejuízos pontuais e pessoais, avalia o sócio-diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres. “Do ponto de vista de danos econômicos, não acredito em grandes mudanças quanto às expectativas macroeconômicas para este ano“, disse ao Broadcast Agro.
Na avaliação de Torres, o fato de o governo federal e os frigoríficos estarem “tomando as atitudes corretas quanto à situação” reduz os riscos de a suspensão durar por um período mais longo. “Agora precisamos aguardar o parecer da China. Se eles engrossarem a situação, aí, sim, poderemos falar sobre um prejuízo econômico maior.”
Por enquanto, comenta ele, a maior preocupação é dos pecuaristas que tinham que entregar gado terminado e farão isso a preços mais baixos, além dos investidores que perderam dinheiro nos contratos futuros da B3.
No último sábado (4/9), o Ministério da Agricultura, por meio do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, notificou a suspensão temporária das exportações de carne bovina do Brasil para a China, após a confirmação dos dois casos de EEB, também conhecido como mal da vaca louca.
A medida tomou por base o protocolo sanitário firmado entre o Ministério brasileiro e a Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China.
Brasil continua com risco insignificante para a doença
“Diante dos resultados obtidos, esses casos foram concluídos e não representam risco para a cadeia de produção bovina do país”, destacou, em comunicado, o Ministério da Agricultura (Mapa).
Com a decisão da OIE, o Mapa reforça que o Brasil mantém a sua classificação como país de risco insignificante para a doença. Diante do cenário, não justificaria qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos, destacou o Mapa.
Uma reunião com representantes dos governos do Brasil e da China, para a negociar a retomada das exportações ao país asiático, deve acontecer entre representantes dos dois países. No entanto, em comunicado, o Mapa informou que ainda não há previsão de quando o encontro irá acontecer.
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Última ocorrência
Em 2019 foi registrado um caso atípico de vaca louca em Mato Grosso.
Tal fato, como agora, trouxe instabilidade ao mercado e a exportação de carne bovina para China também foi suspensa (por aproximadamente duas semanas). Neste período o mercado do boi gordo cedeu 3,6%, mas superou rapidamente essa depressão, com a volta à normalidade.