Preços dos ovos atingem recorde em fevereiro

A menor disponibilidade do produto tem sido influenciada pelos altos custos de produção dos últimos anos, o que desestimulou a produção.

Os preços médios mensais dos ovos registraram recordes reais em todas as praças acompanhadas pelo Cepea devido às fortes altas acumuladas nas três primeiras semanas de fevereiro. A menor disponibilidade do produto tem sido influenciada pelos altos custos de produção dos últimos anos, o que desestimulou a produção.

Além disso, a demanda pela proteína também aumentou, impulsionada pelo período de Quaresma.

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Fonte: Esalq/CEPEA

Produção de ovos cai em 2022 e deve cair mais em 2023

O Brasil figura como sexto maior produtor de ovos do planeta, mesmo apresentando queda na produção do ano passado, reflexo do aumento dos insumos, que fez o custo de produção subir a níveis elevados, impactando no número de matrizes descartadas e em menor margem aos produtores de aves de postura.

Com uma produção média por segundo acima de 1,5 mil ovos, o Brasil figura como sexto maior produtor do planeta. Apesar de manter a posição, o país apresentou queda na produção do ano passado, reflexo do aumento dos insumos, que fez o custo de produção subir a níveis elevados, impactando no número de matrizes descartadas e em menor margem aos produtores de aves de postura.

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Foto: Arrepia Produção Audio Visual

A produção brasileira de ovos alcançou cerca de 52,070 bilhões de unidades em 2022, queda de 5% frente aos 54,9 bilhões de unidades produzidos em 2021, conforme a Associação Brasileira de Proteína de Animal (ABPA). “O ano de 2022 foi mais um ano de desafios devido aos custos permanecerem altos, com grande impacto da guerra da Rússia na Ucrânia, que fez diminuir a oferta global do milho, principal componente da ração animal, deixando em alerta o setor de alimentos mundial. Ao longo do ano passado, o setor de ovos sofreu com margens negativas, tendo que readequar a produção para buscar o equilíbrio entre a oferta e o consumo”, avaliou o presidente do Instituto Ovos Brasil (IOB), Edival Veras, em entrevista exclusiva para o Jornal O Presente Rural.

Em relação ao consumo, 2022 encerra com o consumo per capita de 241 unidades, volume menor que o projetado para o ano passado, apresentando queda de 6% quando comparado com 2021, que atingiu recorde anual de 257 ovos consumidos por cada brasileiro. Apesar do recuo, o consumo continua superior à média mundial, que é de 230 ovos por habitante/ano. “A produção de ovos em 2022 recuou um pouco após muitos anos de crescimento, reflexo dos altos custos, crises internacionais – pandemia da Covid-19 e o conflito no Leste europeu -, o que forçou uma readequação na produção brasileira para dar sustentação à atividade. Mas, apesar da redução no consumo dos brasileiros, a média anual se manteve em patamar superior à média mundial”, salienta Veras.

Com queda de 12% em relação ao ano anterior, as exportações projetadas devem alcançar em torno de 10 mil toneladas. De janeiro a novembro, o volume exportado de ovos atingiu 9,043 mil toneladas, número superior a 2,1% em relação ano anterior, quando foram embarcadas 8,8 mil toneladas. A receita cresceu no ano passado 50,2%, saindo de R$ 14 milhões de janeiro a novembro de 2021 para R$ 21,1 milhões no mesmo período em 2022. “As exportações brasileiras de ovos melhoraram bastante, chegando a praticamente dobrar o volume, mas ainda com pouca significância, porque vamos atingir apenas 1% do volume produzido”, pontua Veras, acrescentando: “A tendência de crescimento para os próximos ano é boa, principalmente pela qualidade dos ovos brasileiros, atrelado à industrialização que vem ganhando força e experiência no mercado externo”.

Em 2023, a produção de ovos do Brasil deve atingir apenas 51,025 bilhões de unidades, o que representa queda de 2% em relação a 2022, com consumo per capita de 235 unidades (-2,5%) e exportações de até 11 mil toneladas (+10%).

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