Preços dos alimentos no 1º quadrimestre desaceleram pelo segundo ano seguido; a inflação geral no acumulado de janeiro a abril foi de 2,37%
A inflação dos alimentos no 1º quadrimestre deste ano registra uma queda desde 2019, segundo Comunicado Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A publicação traz uma análise do último Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do governo, divulgada pelo IBGE. O grupo de alimentação e bebidas teve alta de 1,83% no acumulado de janeiro a abril de 2021. No mesmo período de 2020 e 2019, os índices de inflação foram de 3,46% e 3,73%, respectivamente, o que mostra a desaceleração dos preços.
Para os alimentos em domicílio, o IPCA nos quatro primeiros meses deste ano foi de 1,65%, contra 3,94% no ano passado e 4,98% em 2019. A inflação geral no acumulado de janeiro a abril foi de 2,37%.
“Contudo, os alimentos tiveram altas menores que em 2020, aproximadamente metade do que foi observado naquele ano. Percebe-se que a inflação acumulada dos quatro primeiros meses do ano vem caindo desde 2019”, diz a CNA no Comunicado Técnico.
Em abril, o IPCA dos alimentos em domicílio foi de 0,47%. As maiores altas foram para o tomate (5,5%), leite longa vida (2,4%) e frango em pedaços (2%). As principais quedas foram para: maçã (-10,1%), cenoura (-8,1%), batata-inglesa (-8,0%), mamão (7,8%) e banana-prata (-5,6%).
Principais Altas de Preço no mês de Abril/2021
Tomate – O aumento dos preços ao consumidor se deve ao fim da safra de verão, início ainda lento da safra de inverno e temperaturas amenas que retardaram a maturação dos frutos e, por consequência, a oferta de tomate no mercado.
Leite longa vida – O movimento dos preços pode ser explicado pelas restrições da oferta no campo, caracterizadas pelo início do período de entressafra. A captação da matéria prima vem caindo sistematicamente desde janeiro, sendo decrescida mensalmente em 4,2% na média até março, conforme o Índice de Captação de Leite do CEPEA mais atual disponível. O cenário é agravado pelos altos custos de produção em 2021, onde milho e farelo de soja, principais insumos da ração, seguem 113% e 46% mais valorizados que abril do ano passado, respectivamente, conforme o Deral/SEAB/PR. Nesse contexto, as margens do produtor seguem pressionadas, reduzindo ainda mais a produção no campo.
Frango em pedaços – O aumento no preço do frango em pedaços sinaliza o início do repasse do aumento do custo do campo ao consumidor uma vez que, por se tratar de uma cadeia totalmente integrada, o aumento do custo de produção reflete diretamente nos custos da indústria, que repassa o valor ao varejo. Somado a isso, houve queda de alojamento de pintos de corte no final de fevereiro/início de março, diminuindo a oferta do produto. Por fim, o aumento do preço refletiu o aumento do preço das carnes bovinas e suínas, pois, como são substitutos diretos, com a manutenção dos preços das demais carnes em patamares mais elevados, resultou em aumento da demanda pela carne de frango e, consequentemente, aumento de preços ao consumidor.