Preços do trigo sobe em novembro, mas paridade de importação limita alta

“A quebra expressiva da safra brasileira é o principal argumento para os produtores elevarem o interesse de venda.”

O mercado brasileiro de trigo encerrou o mês de novembro com alta expressiva das cotações. No Paraná, o avanço foi de 19% e, no Rio Grande do Sul, de 12,36%.

O analista de SAFRAS & Mercado, Elcio Bento, destaca que essa elevação ocorreu na primeira quinzena do mês. Nos últimos 15 dias, com as cotações domésticas tendo atingido a paridade de importação em relação à safra nova argentina, houve uma lateralização.

“Isso ocorreu porque os agentes adotaram uma postura de inflexibilidade e discordavam entre as pedidas e as ofertas. A quebra expressiva da safra brasileira é o principal argumento para os produtores elevarem o interesse de venda. Contudo, depois que os preços domésticos se equipararam ao custo de aquisição externa do principal fornecedor de trigo ao brasil, os compradores passaram a ter respaldo para frear a escalada de alta das cotações do cereal. Com as forças de ambas as pontas do mercado se igualando na queda de braço para a formação de preços, o resultado foi a lateralização das cotações. Junto dela veio uma redução dos reportes de negócios. Com a proximidade do final do ano, quando muitos moinhos entram em férias coletivas para trabalhos de expurgo, a tendência é que o mercado siga operando com lentidão”, analisou.

Conab

A colheita da safra 2022/23 de trigo está em 96,5% da área estimada para a temporada 2022/23 nos oito principais estados produtores do Brasil (Goiás, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul que representam 99,9% do total), conforme levantamento semanal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com dados recolhidos até 26 de novembro. Na semana anterior, a ceifa estava em 94,2%. Em igual período do ano passado, o número era de 86,6%.

Rio Grande do Sul

A colheita de trigo atinge 98% da área no Rio Grande do Sul. Na semana passada, os trabalhos chegavam a 93%. Em igual momento do ano passado, eram 84%. A média dos últimos cinco anos é de 95%.

A primeira metade da semana, caracterizada por tempo seco, propiciou avanços na colheita, a qual se encontra próxima da conclusão. Nas regiões mais a Oeste e Noroeste do estado, a operação já foi concluída. Restam áreas a serem colhidas a Sul e Nordeste devido à prática de semeadura mais tardia nessas regiões. A Emater ressalta que a qualidade dos grãos permanece abaixo do padrão ideal, especialmente nas lavouras estabelecidas durante a segunda metade do período de semeadura, indicado no zoneamento agrícola.

Argentina

A colheita de trigo atinge 36,4% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, os trabalhos avançaram 10 pontos percentuais desde a semana passada e estão 13,4 pontos percentuais adiantados em relação ao ano passado.

A produtividade observada cresceu na última semana, superando as expectativas após as geadas recentes. Mantendo-se este nível, a Bolsa disse que pode reajustar a projeção de produção para cima. A safra é projetada em 14,7 milhões de toneladas. Já foram colhidas 4,45 milhão de toneladas ao longo de 2,059 milhões de hectares.

Fonte: Agência Safras

ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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