“Preços do boi gordo dão sinais de inversão de tendência”, diz Rabobank

Analistas do Rabobank, banco de origem holandesa, preveem uma recuperação nos preços do boi gordo brasileiro nos próximos meses de 2024.

Apesar da expectativa de aumento na oferta de animais terminados no cocho, provenientes do segundo ciclo de confinamento no país, as perspectivas permanecem positivas. De acordo com um relatório divulgado nesta segunda-feira (1/7), que apresenta análises para o terceiro trimestre do ano e projeções futuras, “as cotações da arroba bovina devem continuar a subir no terceiro trimestre de 2024. Esse aumento será impulsionado pela redução na oferta de fêmeas, em função da valorização do bezerro, além da melhora sazonal na demanda doméstica por carne bovina e do crescimento nas exportações.”

O banco destaca que, após os abates recordes no primeiro trimestre deste ano – causados principalmente pela antecipação dos descartes de fêmeas –, a oferta de boiadas gordas no Brasil começou a diminuir no segundo trimestre, contribuindo para uma maior estabilidade nos preços da arroba.

Dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) confirmam essa tendência, mostrando uma produção nacional de carne bovina de 2,4 milhões de toneladas no primeiro trimestre de 2024. Esse volume representa um recorde para o período, com um aumento de 24% em relação ao ano anterior.

O Rabobank destaca que, devido ao menor rebanho de fêmeas e à atual queda na oferta de machos engordados a pasto, juntamente com a forte desvalorização do real e o aquecimento da demanda externa por carne bovina brasileira, “os preços do boi gordo têm mostrado sinais de reversão de tendência”.

Os analistas do banco observam que essa conjuntura já está refletida nos preços futuros do boi gordo na B3.

Segundo o Rabobank, a queda acentuada nos custos de ração e de reposição deve resultar em altos volumes de gado terminado em confinamento durante o segundo semestre de 2024. No entanto, a menor disponibilidade de fêmeas e a recuperação sazonal da demanda, tanto interna quanto externa, devem manter os níveis de oferta abaixo do consumo, “resultando em elevação dos preços tanto do gado vivo como da carne bovina”.

Exportações de Carne Bovina Brasileira em Alta

Em maio de 2024, as exportações brasileiras de carne bovina alcançaram o maior volume mensal da história, totalizando 239 mil toneladas, conforme registrado pelo Rabobank.

A China manteve-se como o principal destino, absorvendo 44% do total exportado no mês. Paralelamente, os Emirados Árabes Unidos aumentaram suas compras em impressionantes 276%, atingindo 85 mil toneladas, o que os posicionou como o segundo maior destino, superando os EUA, observa o Rabobank.

No acumulado de janeiro a maio, o Brasil elevou em 35% o volume exportado em comparação ao ano anterior, enquanto o faturamento cresceu 25% no mesmo período.

Apesar da queda de 7% nos preços médios da carne bovina ao longo dos cinco meses do ano, conforme apontado pelo banco, a receita total aumentou devido ao aumento no volume exportado.

O Rabobank destaca como “ponto de atenção” para os próximos meses fatores relacionados ao mercado externo. Os analistas observam que os “fortes aumentos nas importações chinesas de carne bovina, mesmo com os estoques locais ainda elevados, sugerem um possível cenário de antecipação nas compras do Brasil”.

Além disso, o banco ressalta que a “competitividade ainda elevada em relação à Austrália pode desacelerar as importações chinesas de carne brasileira no terceiro trimestre deste ano”.

Outro aspecto destacado pelo relatório é a “melhoria nas importações de mercados como Hong Kong, Chile, Filipinas, Rússia e Arábia Saudita”, países que, segundo o Rabobank, devem continuar sustentando os embarques de carne brasileira até o final do ano.

Escrito por Compre Rural

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ℹ️ Conteúdo publicado pela estagiária Ana Gusmão sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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