O Boletim Prohort desta terça-feira aponta que a falta de oferta é uma das principais causas do aumento de preço.
Apesar de alguns alimentos apresentarem valores mais em conta, a grande maioria dos produtos ainda sofre com a alta nos preços de hortifrutis. É o que informa o 10º Boletim Prohort, divulgado nesta terça-feira (19/10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A pesquisa se baseia nos preço praticados em Centrais de Abastecimento (Ceasas) de dez capitais – São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Brasília (DF), Recife(PE), Fortaleza (CE) e Rio Branco (AC) – que, em juntas, comercializam grande parte dos hortigranjeiros nos mercados atacadistas.
Segundo o Boletim, os tomates e as cenouras foram os destaques entra as altas desse último mês. A queda da oferta de tomate provocou elevações de preços de 50% a 60% e, no caso da cenoura, o declínio de 6% na oferta total aos mercados atacadistas também fez subir os valores.
“O longo período de estiagem, sobretudo na região de São Gotardo/MG, prejudicou o desenvolvimento das raízes”, explica o superintendente de Estudos Agroalimentares e da Sociobiodiversidade da Conab, Marisson Marinho, de acordo com o comunicado divulgado pela Companhia. “A volta das chuvas neste mês de outubro pode indicar boa produtividade da cenoura, o que amenizaria essa elevação”.
O levantamento ainda aponta que, por conta da seca, a batata sofreu uma baixa em sua qualidade. Isso foi refletido nos preços dos mercados, que aumentaram, mas com menor intensidade. No começo de outubro, com as poucas áreas em ponto de colheita, percebeu-se uma nova alta nas cotações do produto.
Entre as hortaliças pesquisadas pela Conab, somente a alface e a cebola ficaram mais em conta. É o resultado da maior área plantada em 2021 e da menor qualidade das cebolas (pelo déficit hídrico e as altas temperaturas no período de desenvolvimento do bulbo); e da recuperação na oferta de alface após um inverno com baixas temperaturas e geadas.
- Vaca Nelore Carina FIV do Kado bate recorde mundial de valorização
- ‘Boicote ao boicote’: cadeia produtiva de bovinos quer deixar o Carrefour sem carne
- Jonh Deere enfrenta possíveis tarifas com sólida estratégia, diz CEO
- Maior refinaria de açúcar do mundo terá fábrica no Brasil para processar 14 milhões de t/ano
- Pecuarista é condenado a 3 anos de prisão por matar mais de 100 pinguins na Argentina
Joyce Fraga, gerente de Estudos do Mercado Hortigranjeiro da Conab, afirma que a expectativa para a alface é de estabilidade e declínio de preços nos próximos meses. “Apesar das quedas nas cotações, ainda há possibilidade da alface sofrer aumentos em alguns estados, pois as chuvas de outubro podem influenciar negativamente a oferta”, completa a especialista, também de acordo com a nota.
Entre as frutas, apenas a melancia não teve aumento. Maçã, banana, mamão e laranja, que também fazem parte da cesta de produtos pesquisada nas centrais de abastecimento apresentaram patamares mais elevados na maioria dos mercados atacadistas. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento, o que explica é menor oferta em importantes regiões produtoras do país e a alta dos insumos necessários à produção.
Fonte: Globo Rural