Após confirmação de um caso de mal da vaca louca no rebanho nacional o ritmo de negócios se enfraqueceu, principalmente com o embargado das exportações
Com a recente suspensão dos envios de carne bovina à China, devido a um protocolo estabelecido entre o Brasil e o país asiático em casos de identificação de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – mais conhecida como “mal da vaca louca” – no rebanho nacional, o ritmo de negócios se enfraqueceu no mercado interno. Consequentemente, os preços da arroba recuaram nos últimos dias. O Indicador do boi gordo Cepea/B3 (mercado paulista) fechou fevereiro a R$ 267,95, com expressiva queda de 7,2% no acumulado do mês.
Nessa quarta-feira, duas praças monitoradas registraram ajustes negativos nos preços no mercado físico do boi gordo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, o boi comum continuou valendo R$ 275,00/@, enquanto o “boi China” perdeu a referência de preços negociados visto que os grande parte dos últimos lotes negociados foram abatidos até a última terça-feira (28/02/23). Na B3, o contrato com vencimento para março/23 fechou o dia em R$ 294,60/@, com uma queda de 0,44%.
Durante os últimos cinco dias úteis de fev/23 foram exportadas 34,63 mil toneladas de carne bovina in natura, queda de 22,43% no comparativo semanal. Com isso, os embarques do último mês totalizaram 126,45 mil toneladas, queda de 21,06% no comparativo mensal, sendo esse o segundo maior patamar já registrado para fevereiro, ficando atrás somente de fev/22, quando as exportações atingiram 158,51 mil toneladas.
Incerteza ainda domina o mercado
Segundo o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o ambiente é de incertezas por conta do embargo às exportações de carne bovina. A indústria frigorífica exportadora ainda atua de maneira comedida na compra de gado.
Adiamento dos abates, aumento da capacidade ociosa e até mesmo férias coletivas foram expedientes adotados por algumas indústrias em meio a incerteza do retorno da China ao mercado.
A média das escalas de abate já está abaixo de 4 dias.
Alguns estados ainda convivem com preços mais baixos.
No decorrer da terça-feira, Minas Gerais e Acre tiveram a queda mais destacada das cotações.
A favor do pecuarista precisa ser mencionada a boa condição das pastagens, que permite uma maior cadência das negociações.
Boi no atacado
Já no mercado atacadista os preços da carne bovina voltaram a cair. Conforme Iglesias, o movimento tende a perder intensidade durante a primeira quinzena de março, período que conta com maior apelo ao consumo.
A entrada dos salários na economia será o grande motivador da reposição entre atacado e varejo. Em relação as proteínas concorrentes a carne de frango ainda é mais competitiva neste momento.
- O quarto traseiro foi precificado a R$ 20/kg, queda de R$ 0,50.
- O quarto dianteiro foi precificado a R$ 14,50/kg, queda de R$ 0,50.
- Já a ponta de agulha foi precificada a R$ 15/kg.
Com informações da Safras e Agrifatto
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