O preço pago ao produtor está seguindo uma tendência de alta e sendo comemorada por alguns que não fazem a verdadeira conta do custo de produção
Pecuária leiteira no Brasil já está virando sinônimo de “brincadeira” quando o assunto é rentabilidade da atividade. É impressionante o quanto os meios de comunicação tentam influenciar a população de que o produtor está recebendo um preço que a cada mês somasse a um aumento.
Verdade, o preço do início do ano até agora, segundo dados do Cepea, somam-se um aumento de mais de 50% no preço pago ao produtor. Mas, lembrem-se que isso é média Brasil. Segundo ponto a ser observado é que o número de produtores que deixaram a atividade nos últimos anos é alarmante, chegando a uma taxa de perdas de produtores desde 2006 é de mais de 35.000 fazendas ao ano.
Tivemos um ano de 2017 extremamente conturbado para pecuária leiteira. Cheguei a abordar aqui a tão comemorada notícia que o Ministro da Agricultura disse ao final do ano quanto a prorrogação do prazo para o pagamento da dívida. E era verdade, a maior parte adiou a dívida e a situação continuar pior, e agora? Pois bem, o que realmente o produtor de leite precisava era de uma garantia de preço mínimo. Mas isso fica no sonho de quem acorda cedo para tirar o leite todos os dias, inclusive nos feriados.
As noticias são boas quanto ao preço pago ao produtor? Sim, excelentes quanto a receita do produtor. Mas é preciso lembrar que existe um outro lado da equação chamada custo de produção, e essa está tendenciosa para o saldo negativo dos pecuaristas.
Segundo o Índice Scot Consultoria de Custo de Produção o aumento foi de 3,0% em relação a julho deste ano. Desde o início do ano, os custos acumulam um incremento de 8,9%.
O pecuarista que faz as contas, está vendo, dia após dia que o seu custo está acima do aumento do preço recebido. Para se ter ideia, os custos fixos sobem em uma taxa 3x superior ao preço de leite.
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As altas nos preços dos alimentos concentrados, principalmente o milho e o farelo de soja, puxaram o indicador para cima. Fertilizantes e produtos para sanidade animal também ficaram mais caros.
Quando comparamos com o mesmo período do ano anterior, pasmem, os números alcançados são de 13,7% maiores este ano.
A grande pergunta que fica aqui é: E quando chegar a chuva? Quem vai conseguir deixar a “lama” deixada pelos altos custos de produção?