Preço do milho tem dia negativo no Brasil com dólar e colheita; Chicago sobe após compras chinesas. Veja o que esperar do mercado do milho!
A quarta-feira (22) chega ao final com os preços do milho caindo no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado, a única valorização apareceu em Rondonópolis/MT (2,50% e preço de R$ 41,00).
Já as desvalorizações foram percebidas nas praças de Porto Paranaguá/PR (1,02% e preço de R$ 48,50), Cândido Mota/SP (1,16% e preço de R$ 42,50), Pato Branco/PR (1,17% e preço de R$ 42,20), Londrina/PR (1,19% e preço de R$ 41,50), Ubiratã/PR, Cafelândia/PR e Marechal Cândido Rondon/PR (1,20% e preço de R$ 41,00), Porto Santos/SP (2% e preço de R$ 49,00), Eldorado/MS (1,27% e preço de R$ 39,00), Amambaí/MS (1,28% e preço de R$ 38,50), Campinas/SP (2,88% e preço de R$ 50,50), Rio Verde/GO (3,80% e preço de R$ 38,00) e Itapetininga/SP (6% e preço de R$ 47,00).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o mercado físico do milho dá mais sinais de recuo. “A desvalorização do dólar frente ao real somado com a pressão da colheita da safrinha dá o tom negativo das cotações em boa parte das regiões produtoras”.
A Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul) divulgou seu Boletim Semanal da Casa Rural apontando que 5,1% da segunda safra de milho já foi colhida no estado, no mesmo período do ano passado, a colheita estava em 43,6%, e a média dos últimos 5 anos é de 27,8%.
“A região centro está com a colheita mais avançada, com média de 8,9%, enquanto a região norte está com 6,5% e a região sul com 3,6% de média. A área colhida até o momento, conforme estimativa do Projeto SIGA, é de aproximadamente 95.876 hectares”, diz o relatório.
O boletim relata ainda que comercialização da safra avançou para 48,30%, após fechar a última semana em 47%, índice é sete pontos percentuais maior do que o registrado no mesmo período de 2019. Já o preço da saca do milho desvalorizou 0,95% entre 13 a 20 de julho de 2020, encerrando o período negociado a R$ 38,44.
“As cotações do milho no mercado interno seguem evoluindo no Brasil pressionadas pela bolsa de Chicago e pela ainda escassa entrada de novos volumes no mercado interno. O preço médio do mês de julho no comparativo com julho do ano passado, houve avanço nominal de 40,56%, quando o cereal havia sido cotado, em média, a R$ 27,39/sc.”, diz o relatório.
B3
Para os preços futuros do milho a quarta-feira foi de perdas na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações registravam movimentações negativas entre 0,06% e 0,69% por volta das 16h21 (horário de Brasília).
O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 47,15 com baixa de 0,49%, o novembro/20 valia R$ 48,82 com queda de 0,12%, o janeiro/21 era negociado por R$ 50,67 com perda de 0,06% e o março/21 tinha valor de R$ 50,65 com desvalorização de 0,69%.
De acordo com análise da Agrifatto Consultoria, o milho segue sentindo a pressão negativa imposta pelo dólar, após cair 1,29% no início da semana para o contrato setembro. Por volta das 16h39 (horário de Brasília), a moeda americana caia 1,13% e era cotada à R$ 5,11.
Mercado Externo
Já os preços internacionais do milho futuro encerraram a quarta-feira subindo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,75 e 4,75 pontos ao final do dia.
O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,27 com valorização de 4,75 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,34 com alta de 4,00 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,44 com elevação de 3,25 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,51 com ganho de 2,75 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última terça-feira, de 1,55% para o setembro/20, de 1,21% para o dezembro/20, de 0,88% para o março/21 e de 0,86% para o maio/21.
Segundo informações da Agência Reuters, os futuros do milho em Chicago subiram nesta quarta-feira, com as notícias das compras chinesas compensando as fortes perspectivas de produtividade depois que as recentes chuvas no Meio-Oeste ofereceram alívio à polinização das plantações de milho.
“Tudo se resume a quanto a China compra de nós e como terminamos o ano-safra”, disse Dan Smith, corretor de commodities da Top Third Ag Marketing.
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Os exportadores também venderam 207.880 toneladas de milho para destinos desconhecidos.
“As commodities ganharam, mesmo depois que os Estados Unidos ordenaram que a China fechasse um consulado em Houston, aumentando as tensões diplomáticas e colocando em dúvida as compras futuras”, pondera Christopher Walljasper da Reuters Chicago.
“Com a nova onda no relacionamento com a China, nos perguntamos se algumas dessas compras poderão ser canceladas”, disse Ted Seifried, estrategista-chefe de mercado agrícola do Zaner Group.
Fonte: Notícias Agrícolas