Preço do milho segue sustentado no Brasil com estoques ainda baixos; Chicago sobe nesta 5ªfeira após compras chinesas.
A quinta-feira (16) chega ao final com os preços do milho praticamente inalterados no mercado físico brasileiro. Em levantamento realizado, foram percebidas desvalorizações em Campinas/SP (1,92% com preço de R$ 51,00) e Porto de Santos/SP (1,92% e preço de R$ 51,00). Já as valorizações apareceram apenas nas praças de Não-Me-Toque/RS (1,20% e preço de R$ 42,00) e Rio Verde/GO (1,28% e preço de R$ 39,50).
De acordo com o reporte diário da Radar Investimentos, o ritmo das exportações e o dólar firme são pilares sólidos nos fundamentos do milho físico. “Por outro lado, a colheita ganhou tração em boa parte dos estados produtores e deve trazer mais disponibilidade nos próximos dias de maneira geral”.
Os números divulgados nos últimos boletins dos órgãos estaduais apontam que o Mato Grosso já colheu 61,13% das lavouras, o Paraná 11% e o Mato Grosso do Sul 2,1%, conforme as publicações de Imea, Deral e Famasul, respectivamente.
Segundo o analista de grãos do Rabobank, Victor Ikeda, apesar de atrasada com relação ao ano passado, a colheita está em linha com a média dos últimos cinco anos e a pressão nos preços do milho deve começar a aparecer ao final do mês de agosto, quando os trabalhos já devem estar encerrados.
Os estoques apertados durante boa parte do primeiro semestre é o que ainda sustenta esses preços. O indicador ESALQ/BM&FBOVESPA fechou a última quarta-feira (15) em R$ 49,40 a saca e a indicação da B3 para o contrato setembro/20 aponta redução para algo entre R$ 46,80 e R$ 46,90.
O analista destaca que, mesmo com essa retração, os preços seguem em patamares próximos aos recordes nominais para o período e mantêm a rentabilidade ao produtor. Uma nova movimentação de alta deve surgir a partir de outubro com as exportações e a demanda interna ganhando força.
B3
Os preços futuros do milho registravam movimentações em campo misto na Bolsa Brasileira (B3) nesta quinta-feira. As principais cotações flutuavam entre 0,21% negativo e 0,42% positivo por volta das 16h21 (horário de Brasília).
O vencimento setembro/20 era cotado à R$ 46,90 com perda de 0,21%, o novembro/20 valia R$ 48,30 com alta de 0,42% e o janeiro/21 era negociado por R$ 50,00 com perda de 0,18%.
Ikeda aponta ainda que, as oportunidades para travamento de vendas da próxima segunda safra em 2021 estão favoráveis com a sinalização de preços da saca ao redor de R$ 46,00. Seguindo este cenário, o Mato Grosso já negociou cerca de 40% da safra de milho do ano que vem de acordo com o Imea.
Por fim, olhando para a exportação, o Rabobank estima volume total de 33 milhões de toneladas após as 4 milhões registradas no primeiro semestre, com o câmbio deixando o cereal brasileiro bastante competitivo até mesmo com relação ao norte-americano.
Mercado Externo
Os preços internacionais do milho futuro fecharam o dia em alta na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais cotações registraram movimentações positivas entre 2,50 e 4,00 pontos ao final da quinta-feira.
O vencimento setembro/20 foi cotado à US$ 3,30 com valorização de 4,00 pontos, o dezembro/20 valeu US$ 3,37 com elevação de 3,50 pontos, o março/21 foi negociado por US$ 3,47 com alta de 3,25 pontos e o maio/21 teve valor de US$ 3,54 com ganho de 2,50 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última quarta-feira, de 1,23% para o setembro/20, de 0,90% para o dezembro/20, de 0,87% para o março/21 e de 0,85% para o maio/21.
Segundo informações da Agência Reuters, o milho se firmou na quinta-feira enquanto a China seguiu no mercado realizando compras de remessas do cereal dos Estados Unidos. O país asiático encomendou mais de 3 milhões de toneladas de milho nos EUA desde 10 de julho.
“As vendas foram ótimas, vendemos um monte de milho mais cedo. A demanda está começando a aumentar um pouco, mas o produtor não se interessa muito em vender agora”, disse Jack Scoville, analista do Price Futures Group em Chicago.
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A publicação destaca ainda que, a força do milho foi atenuada pelas previsões de chuvas de nos próximos 10 dias em partes do Meio-Oeste que devem aumentar as perspectivas de grandes safras.
No entanto, “pode haver alguma secura nas partes mais ao sul do Cinturão do Milho, principalmente no sul do Missouri, no sul de Illinois e no sul de Indiana”, disse a empresa de tecnologia espacial Maxar em nota diária.
Fonte: Notícias Agrícolas