Preço do milho segue ladeira abaixo com menor patamar em meses

Preço do milho segue em queda e já opera no menor patamar desde janeiro de 2021; Chicago e dólar em alta podem movimentar mercado de milho no Brasil

Super safra ignorada? Armazéns transbordando e colheita de milho concluída em mais de 1/3 da área acalmam preços, mas mercado se mantém resistente com forte suporte das exportações. Com a semana começando mais agitada por influência do exterior impulsionando preços no Brasil, a saca em Campinas/SP volta ao patamar de R$82,50/sc. O movimento positivo nos futuros da B3 também foi influenciado pelo mesmo fator, com o contrato setembro/22 encerrando o dia em R$87,88/sc com valorização de 1,23%.

Em Chicago as previsões climáticas pessimistas deram suporte para uma valorização cautelosa, com o contrato setembro/22 avançando 0,28% e fechando o pregão em US$6,37/bu.

  • Déficit de armazenagem de grãos chega a 100 milhões de toneladas – Milhares de toneladas de soja têm sido deixadas no chão, por causa da incapacidade de armazenagem em silos e de outras estruturas como silos-bolsa.

Com o avanço da colheita na maior parte dos estados e diante de novas estimativas oficiais indicando oferta recorde na temporada 2021/22, os preços do milho seguem em queda. Inclusive, em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, os atuais valores são os menores desde o início do ano passado.

Nem mesmo as exportações aquecidas ao longo de junho e as valorizações externas a partir de meados da semana foram suficientes para interromper o movimento de queda nas cotações domésticas. Pesquisadores do Cepea indicam que, à espera de novas desvalorizações, compradores diminuíram o ritmo de aquisição de novos lotes.

Esses agentes estão atentos à necessidade de vendas por parte de alguns agricultores, que começam a não ter espaços nos armazéns – muitos ainda detêm parte da soja. Assim, vendedores estão mais flexíveis nos valores de negociação, sobretudo os do Centro-Oeste.

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Foto: Giuliano Miranda

Indústria avícola do Paraná reclama de demora no fluxo de importação do milho

A demora de importação de milho, observada no posto de fronteira entre Brasil e Paraguai, tem sido motivo de preocupação para o agronegócio nacional, principalmente no setor de proteína animal. O atraso de caminhões, represados em filas de espera na operação padrão de servidores da Receita Federal vem causando prejuízos e transtornos à avicultura paranaense e aos produtores da Região Sul do país.

O Brasil, que nesse momento colhe bons resultados do milho safrinha, tem suas expectativas de abastecimento voltadas ao mercado externo, uma vez que a guerra entre Ucrânia e Rússia favorece a competitividade das exportações. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Irineo da Costa Rodrigues, cada vez mais, sobretudo no Centro-Oeste, o grão é destinado à produção de etanol e exportação. “Por isso, precisamos contar com o fornecimento paraguaio”, disse.

O milho importado do Paraguai não só supre a cadeia nacional, permitindo que o Brasil ganhe espaço nas exportações, como, também, oferece preços mais baixos, possibilitando que o setor avícola, principal consumidor do grão, possa diminuir seus custos de produção e contribuir para controlar a inflação. Assim, a entidade acredita que os gargalos precisam ser eliminados, dando agilidade ao fluxo comercial. “As aduanas, equipadas na área fiscal pela Receita Federal e na de Sanidade por auditores fiscais do Ministério de Agricultura, precisam aprimorar seus recursos para garantir celeridade, pois aí estão gargalos que estão prejudicando a atividade agropecuária no Brasil”, afirmou.

Fonte das informações ESALQ/Cepea, SAFRAS & Mercado e Agrifatto

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