Os preços do milho cederam de forma bastante expressiva e a tendência é que sigam declinando ao longo de maio; se a ‘derrama’ continuar produtor terá prejuízo
O mercado brasileiro de milho está em baixa e sem perspectiva de melhora, segundo a Safras Consultoria – Os preços do milho cederam de forma bastante expressiva e a tendência é que sigam declinando ao longo de maio, pois os consumidores seguem pouco efetivos nas aquisições e os produtores estão fixando ofertas para venda na tentativa de disponibilizar espaços nos armazéns para estocar a safra de soja.
Além disso, o clima segue bastante favorável para o desenvolvimento da safra de milho, com a ausência de geadas, o que deve garantir uma produção recorde no Brasil.
O movimento de valorização do real frente ao dólar também vem impactando as cotações futuras da safrinha, diminuindo as cotações nos portos para embarques futuros, o que acaba pressionando os preços de balcão.
Nos Estados Unidos, as condições climáticas também se mostram favoráveis, o que está ajudando a pressionar as cotações na Bolsa de Mercadorias de Chicago, o que também traz reflexos nos preços no Brasil.
De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior, as exportações de milho do Brasil confirmam enfraquecimento em abril, com uma queda de 33,1% no valor médio diário da exportação, retração de 28% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 7% no preço médio em comparação com abril de 2022.
Segundo Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, a situação do mercado físico é ainda mais angustiante. Fala-se em R$ 40/ saca de milho em Goiás e R$ 34 no Mato Grosso. Em uma das respostas no Twitter o economista salienta – “Próxima safra tem que calcular os custos associados a ela; neste momento, as relações de troca estão favoráveis, consequentemente margens melhores. Nesta [safra] o produtor que não vendeu e não fez a gestão de riscos, já está no prejuízo“.
Segundo o zootecnista e trader Fabiano Tavares, da PNM Trading, vários fatores remetem a uma boa safra de milho e aumento de produção. Essa convergência de fatores fizeram com que o preço do milho rompesse o valor de R$ 60 na Bolsa de Valores. “Entre os amigos, há quinze dias atrás criamos um jargão: ‘Falar de milho a 60 não é palavrão’. O que vai acontecer na prática? Azedo para quem for vender, doce para quem for comprar. Tem espaço para cair mais?.” Segundo o zootecnista há espaço sim para mais baixas no preço do milho.
Ainda segundo o profissional há rumores de contratos no Mato Grosso (para entrega futura) de R$ 32/saca e em Goiás a R$ 44.
Hoje, quarta-feira (10) o mercado já abriu em baixa.
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