Para diretor da Céleres, o câmbio e a demanda interna aquecida, tanto para produção de carne quanto de etanol, devem elevar as cotações; Preço do milho deve chegar a R$ 60 por saca em 2020.
As exportações de milho do Brasil devem fechar o ano entre 41 e 42 milhões de toneladas, projeta a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Para 2020, a expectativa é de que os embarques caiam para aproximadamente 30 milhões de toneladas.
“É bom que fica marcado que o produtor brasileiro é capaz de suprir esses mercados. Quando eles precisam, é o Brasil quem está lá. De uns anos para cá, passamos a ser respeitados como grandes fornecedores”, diz o diretor-geral da entidade, Sérgio Mendes.
O diretor da consultoria Céleres, Anderson Galvão, também acredita no recuo das vendas, com a demanda interna ascendendo. Segundo ele, as perspectivas para o ano que vem são animadoras: a saca pode chegar a R$ 60.
“Três elementos sustentam essa tendência: o câmbio, porque milho no mercado externo é dólar. Se permanecer em R$ 4, sinaliza firmeza de preço. A demanda doméstica para produção de proteína, com a China comprando mais carne do Brasil, aumenta o preço aqui. Por fim, a indústria de etanol de milho que está nascendo no Centro-Oeste”, elenca Galvão.
Em sua análise, o diretor da Céleres lembra que apesar de a soja ter tempo para se recuperar do atraso no plantio, a janela de plantio do milho inverno no próximo ano será bastante apertada. “Ficaremos bastante dependentes do clima para atingir 75 milhões de toneladas”, diz.
Galvão destaca que 2020 “seguramente é um ano bastante promissor”, mas o produtor deve trabalhar com preços médios e travar negócios. “Promete muita rentabilidade e vendas bem escalonadas”, afirma.
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A atenção é o câmbio! Segundo o analista, se fatores extremamente positivos, como novas reformas, favorecerem o real sobre o dólar, não é impossível que o câmbio chegue a R$ 3,60. “Se o real voltar a se valorizar, os preços das commodities tendem a sofrer”, diz.
Segundo a Scot Consultoria
Para o milho, houve revisão apenas na safra de verão (primeira safra), cuja área estimada foi revisada para cima (0,2%), mas a produtividade média deverá ser 0,1% menor na comparação com o estimado no relatório de novembro.
Para o milho de inverno não houve alteração em relação ao relatório passado.
Desta forma, no total, a colheita deverá ser de 98,41 milhões de toneladas em 2019/2020, 0,1% mais que o estimado anteriormente, no entanto, 1,6% menos que o colhido na safra passada (2018/2019).
Com a queda na produção e demanda (interna e para exportação) aquecida, os estoques finais em 2019/2020 deverão ser os menores desde 2015/2016.
Estão previstas 10,31 milhões de toneladas, frente as 13,04 milhões ao final de 2018/2019 e às 15,60 milhões de toneladas estocadas ao final de 2017/2018.
Compre Rural com informações da Scot Consultoria e Canal Rural