A recuperação dos preços é considerada importante para o setor produtivo, principalmente, quando o custo com a alimentação do rebanho é maior.
Após dois meses de queda, os preços do leite, em Minas Gerais, voltaram a subir. Com a oferta restrita no campo e a demanda aquecida por parte da indústria, foi registrada valorização de 2,64% nos preços em setembro, referente à produção entregue em agosto.
Com a alta, o litro do leite foi negociado, em média líquida, a R$ 1,39 e Minas Gerais. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). A recuperação dos preços é considerada importante para o setor produtivo, principalmente, devido ao período de entressafra, quando o custo com a alimentação do rebanho é maior.
De acordo com os dados do Cepea, nos meses anteriores, foi verificada retração de 3,05% em agosto e de 7,37% em julho, a redução nos períodos teve como justificativa as dificuldades de repasses por parte da indústria do aumento verificado anteriormente para o mercado final. As taxas elevadas de desemprego e a queda da renda das famílias travaram as venda dos produtos de maior valor agregado.
Em setembro, referente à produção entregue em agosto, o preço médio líquido ficou em R$ 1,39 no Estado. De acordo com zootecnista e analista de agronegócios da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Wallisson Lara Fonseca, a alta é importante para a geração de renda para os pecuaristas que estão com os custos mais altos.
Até a retomada do período de chuvas e da recuperação das pastagens, os produtores têm os custos aumentados por fornecerem alimentação diferenciada ao rebanho.
“O aumento do preço, em setembro, foi um alento para o produtor, que teve a queda de preços antecipada em plena entressafra. Ao longo do primeiro semestre, tivemos uma alta da produção de 5%. Esta alta foi promovida pelos preços mais valorizados praticados no início do ano, quando estávamos em safra. O produtor ficou entusiasmado achando que o ano seria diferente. A manutenção de preços valorizados, esperada pelo produtor, não se concretizou pela dificuldade dos laticínios em repassar os preços mais altos para o mercado final, o que provocou a redução dos valores recebidos em plena entressafra”.
Ainda segundo Fonseca, devido ao desemprego elevado, a renda das famílias está menor, o que impacta de forma negativa no consumo de derivados de leite, principalmente, os de maior valor agregado.
Com a queda de preços registrada em julho e em agosto, a produção no campo não foi ampliada e o que reduziu a oferta e fez com que a indústria ampliasse os valores pagos ao produtor. Assim como em Minas Gerais, a média Brasil também encerrou setembro em alta.
Segundo o Cepea, depois de acumular queda de 12,1% em julho e agosto, o preço do leite recebido por produtores se valorizou em setembro. O preço de setembro, referente à captação de agosto, foi de R$ 1,37 por litro na média Brasil líquida, altas de 1,94% (ou de 3 centavos) frente à do mês anterior e de 9,5% em relação à de setembro de 2018.
Regiões – No Estado foi verificada alta nos preços de todas as regiões produtivas. O valor médio líquido pago pelo litro de leite na Zona da Mata encerrou o período em R$ 1,32, variação positiva de 0,56%. No valor bruto, média, o aumento ficou em 1,29%, com o litro negociado a R$ 1,41.
No Sul e Sudoeste, o preço chegou a R$ 1,42, na média líquida, elevação de 0,81%. Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) o preço do leite apresentou variação positiva 5% e foi negociado a R$ 1,36, média líquida.
No Vale do Rio Doce, a média líquida do leite ficou em R$ 1,30, alta de 1,78%. Valorização também no Triângulo e Alto Paranaíba, com o litro comercializado a R$ 1,42, preço 2,59% maior.