Com seca no Sul e abate de matrizes, preço do leite sobe no país; Principais estados produtores indicam valorização do preço pago ao produtor.
O preço pago ao produtor de leite tem apresentado alta em janeiro nos principais Estados produtores do Brasil. Em Minas Gerais, maior produtor nacional, a valorização projetada pelo Conselho Paritário formado por produtores e indústrias do Estado, o Conseleite-MG é de 1,6% para a matéria prima, para R$ 1,2887. O valor se refere ao produto captado pela indústria em dezembro, mas pago em janeiro.
De acordo com a instituição, a valorização reflete a menor oferta da matéria prima em meio aos sinais de recuperação do mercado. “É importante dizer é que o que está havendo é uma recuperação dos preços que caíram muito no ano passado. Do final do primeiro semestre em diante, eles caíram sistematicamente”, explica Rodrigo Alvim, presidente do Conseleite-MG.
Alvim lembra que, no início de 2019, as expectativas com a recuperação da economia levaram a uma alta de 20 centavos no preço pago ao produtor mineiro.
“A indústria pagou muito mais caro do que devia e, como não aconteceu a recuperação da economia como se previa foram, retirando essa alta até novembro, praticamente”, observa, ao lembrar que o abate de matrizes no final do ano passado também tem contribuído para reduzir a oferta de leite.
Para os próximos meses, além das condições da economia, o período de entressafra e o dólar em alta podem manter a oferta de leite reduzida em Minas Gerais, contribuindo para dar suporte aos preços no Estado. Para o produto captado em janeiro e pago em fevereiro, a previsão do Conseleite mineiro é de valorização de 1,28%, para R$ 1,3052.
No Rio Grande do Sul, segundo maior produtor do país, o Conseleite local projeta alta de 0,88% no preço pago ao produtor pelo leite captado este mês, atingindo R$ 1,1267. S
egundo o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat), Alexandre Guerra, a seca e a entressafra no Rio Grande do Sul reduziram a oferta, o que deve continuar dando sustentação aos preços.
“Associado à queda da produção, a estiagem reduziu o pasto verde e o milho disponível para silagem e isso deve fazer com que os preços subam nos próximos meses”, observa Guerra. Ele destaca que, assim como em Minas Gerais, a alta do dólar tem tornado o mercado nacional mais atrativo, motivando vendas e segurando as importações.
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No Paraná, terceiro maior produtor brasileiro, o preço pago ao produtor em janeiro (referente ao leite captado em dezembro) registrou alta de 2,33%, cotado a R$ 1,2749. Para fevereiro, contudo, previsão do Conseleite é de queda, de 0,48%, para R$ 1,2681. Em Mato Grosso do Sul, a projeção do Conseleite local é de que o leite entregue em janeiro e pago em fevereiro apresente alta de 0,95%, para R$ 1,0296.
“É importante entender que de março a abril começa o período de entressafra no Centro-Sul, que produz grande parte da oferta nacional, e geralmente os preços sobem. Embora essa lógica não tenha acontecido nos últimos anos, não surpreende se acontecer. Sobretudo se a economia começar a se recuperar de fato”, avalia Alvim, do Conseleite MG.
Fonte: Globo Rural