O Conseleite-PR, conselho que reúne representantes da indústria e dos produtores se reuniu por meio de videoconferência, por causa do Covid-19
A variação da cotação do leite seguiu uma tendência atípica no início de 2020 e até o momento aponta para o acúmulo de mais uma alta até o fim de março. Foi o que apontou a reunião do Conseleite-PR, realizada nesta terça-feira (17), com a apresentação a partir da sede do Sistema FAEP/SENAR-PR, em Curitiba. Não houve participação presencial dos membros do conselho, que tem representantes da indústria e do setor produtivo. O encontro foi promovido por meio de videoconferência, seguindo a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde de evitar aglomerações de pessoas para conter a disseminação do Covid-19.
O valor de referência de fevereiro fechou em R$ 1,2946, alta de 1,52% em relação a janeiro, quando tinha ficado em R$ 1,2752. Já o primeiro decêndio de março teve preço de 1,3051, o que significa nova alta, dessa vez de 1,88%. “Nas últimas reuniões temos dito isso, antes mesmo dessa situação de incertezas que vivemos com o coronavirus, e o alerta se mantém: começamos o ano com preços elevados, em um movimento atípico, seguimos com esse movimento, mas não adianta embarcar na onda achando que isso é para todo ano. A palavra-chave do setor continua sendo cautela”, recomenda Vania Di Addario Guimarães, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
José Roberto Canziani, da UFPR, ratifica a leitura de que a tendência de alta verificada nos três primeiros meses é diferente da movimentação normal do setor nessa época do ano, que costuma ter uma redução de demanda no início de janeiro, por conta das festas de fim de ano, e também no período de Carnaval. “Durante o Carnaval, como era de se esperar, o volume de vendas caiu. Agora, no primeiro decêndio de março, começamos a retomar a normalidade. Nos próximos meses, talvez tenhamos efeitos de queda na renda por causa do coronavírus e isso pode afetar sobretudo o mercado de queijos”, avaliou.