Já no começo de 2023, inflação deve ajustar o preço do feijão carioca, acompanhando as recentes mudanças no custo da produção.
Uma crescente de eventos deve acumular os custos na produção do feijão carioca, gerando aumento no preço final do produto nos supermercados. Ao longo do ano passado, o preço do alimento subiu cerca de 20%, com potencial de novas altas já nos primeiros dias de 2023.
O que motivou a subida foi o aumento no custo dos fertilizantes, a redução da área plantada e o clima adverso, algo que já pesou na cotação no final de dezembro, mês em que os preços normalmente sofrem menor alteração.
De acordo com as informações do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), o valor médio da saca do feijão carioca esteve em torno de US$ 70 no último bimestre de 2022, sofrendo alguns acréscimos esporádicos até US$ 74, algo que não acontecia desde 2016.
“Em janeiro, é provável que esta alta de preços seja repassada ao consumidor. Em 2022, tivemos alguns problemas climáticos que impactaram a produção do feijão, principalmente o carioca, que é o mais consumido no país. A oferta diminuiu e os preços subiram em novembro e dezembro”, explica Marcelo Lüders, presidente do Ibrafe.
Consumidor paga caro
O coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, comentou que o alimento vem registrando aumentos constantes e que logo essa onda deve chegar às prateleiras. O feijão no atacado teve alta de 15,36%, conforme o último Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A migração é uma das razões para a alta, segundo Braz. “[Isso se dá também] pelo aumento do plantio da soja e do milho, o que reduziu a área plantada do feijão. O produtor rural sempre fica de olho no preço de outras commodities. E, quando compensa plantar outros grãos, ele migra. Só que essa decisão tem impacto na oferta. Por sorte, o feijão tem mais de uma safra, e isso ajuda a controlar o preço. Mas, por enquanto, ele deve continuar como um vilão da inflação.”
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Em meio a esse cenário, o consumidor já considera substituir o feijão carioca por outras variedades do grão, como o preto, que está com o valor mais baixo. Em pouco tempo, os novos preços devem começar a chegar aos mercados, e não há muita expectativa de baixa.
Fonte: Capitalist
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