Indicador do boi gordo Cepea/B3 ficou apenas 0,37% inferior ao registrado em março deste ano. A alta é justificada pela maior demanda no mercado externo!
Mesmo diante do cenário incerto por conta da crise gerada pela pandemia de coronavírus, o mercado pecuário nacional atravessou abril registrando preços relativamente firmes. A informação é do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De acordo com o Cepea, no mês, com dados até o dia 29, o Indicador do boi gordo Cepea/B3 teve média de R$ 199,61. O valor é apenas 0,37% inferior ao registrado em março desse ano, mas quase 20% acima da de abril do ano passado, em termos reais (valores foram deflacionados pelo IGP-DI).
Segundo o Centro de Estudos, a sustentação vem da baixa oferta de animais prontos para abate neste período de final de safra. Do lado da demanda, verifica-se certa estabilidade na procura de brasileiros pela carne bovina, especialmente por cortes mais baratos.
Já a demanda internacional pela carne bovina in natura segue aquecida, especialmente por parte da China – vale lembrar que o país asiático parece ter superado a pandemia de coronavírus, o que tende a manter firme a procura internacional por carnes.
China bate recorde de importação de carne bovina
A China registrou volume recorde de importação de carne bovina em março, alcançando 238.000 toneladas, um sinal de que os negócios estão voltando ao normal após os desafios impostos pela Covida-19, informou o portal australiano Beef Central, com base em dados divulgados pela consultoria chinesa Meat International Group (MIG).
O volume total das importações de carne bovina em março foi acentuadamente superior ao registrado em janeiro (160.000 toneladas) e fevereiro (120.000 toneladas).
No entanto, de acordo com a MIG, a maior parte do montante de carne bovina enviado no mês passado foi de pedidos feitos originalmente no período de outubro a dezembro do ano passado.
“Devido ao preço oscilante da carne bovina no quarto trimestre do ano passado, pedidos em massa foram retidos nos portos para renegociação de preços ou atrasaram a data de envio, o que resultou em grandes chegadas de mercadoria no mês passado”, disse Gerrard Liu, consultor da MIG, à Beef Central.
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No acumulado do primeiro trimestre deste ano, as importações totais de carne bovina para a China atingiram 518.000 toneladas, um acréscimo de 65% sobre o resultado registrado no mesmo período do ano anterior.
Todos os principais países exportadores com acesso à China registraram fortes aumentos nos embarques em março, de acordo com os dados da consultoria MIG. Os volumes do Brasil para a China superaram 91.000 toneladas, de acordo com a consultoria chinesa.
A Argentina comprou quase 55.000 toneladas. O volume importado da Austrália alcançou 27.281 toneladas. Significativamente, os Estados Unidos também aparecem na lista, respondendo por 1.126 toneladas.
Fonte: Portal DBO