Os pecuaristas da cria estão comemorando os preços atuais da reposição, já do lado da recria/engorda, a situação melhora de um lado e aperta do outro, certo?
Se não houver mudança de plano econômico, como era frequente há algumas décadas, a arroba do boi gordo vai a R$300,00, o leite vai a R$5,00/l, a soja a R$200,00/saca e o milho a R$100,00/saca. Obviamente, a dúvida é saber “quando” isso acontecerá. Essa foi a frase que circulou pelo grupos de pecuaristas, após publicação da Scot Consultoria.
A retenção de fêmeas, estimulada pelas cotações da reposição em alta, colabora com esse movimento de preços. Entretanto, o que ajuda o pecuarista da recria/engorda de um lado, acaba apertando de outro. Os preços mais altos da arroba estão estimulando o mercado, mas os preços dos insumos e da reposição, acabam limitando o movimento de intensificação da produção.
Segundo as informações coletadas no aplicativo da Agrobrazil, em Bataguassu/MS, foram negociados animais angus CI por R$ 2400/cab, com prazo de 45 dias para pagamento. Já em Lodrina/PR, o preço informado foi de R$ 2060/cab com pagamento à vista.
A cidade de Campo Grande, capital do Mato Grande do Sul – considerada uma das principais praças pecuárias do país e referência de preços para o mercado de reposição – sediou entre os dias 31 de agosto e 3 de setembro mais uma rodada de remates virtuais com gado geral.
Com animais em pista, o recinto de leilões da Estância Orsi recebeu mais de 4.000 reses para cria, recria e engorda. Em quatro dias, as negociações online geraram receita total de R$ 9,2 milhões.
O destaque ficou para os animais de cruzamento industrial, com idade de 8 meses, os animais com 205 kg, tiveram um preço médio de R$ 2412 por cabeça. Um dos maiores já registrados para categoria!
O “3756º Leilão Cabeceira Machos Correa da Costa” ofertou 1.539 bezerros e garrotes à média de R$ 2.269 por animal. Em 1º de setembro, o pregão eletrônico exclusivo de fêmeas comercializou 1.800 cabeças, registrando média geral de R$ 2.040.
E agora pecuarista?
“A conta não vai fechar” – Essa é uma das expressões mais ouvidas ultimamente nas redes sociais entre os pecuaristas quando olham os preços praticados em bezerros, tanto do Centro-oeste quando Sudeste. Mesmo assim, a demanda está crescendo no mercado da reposição.
“Os pecuaristas se mostraram mais confiantes e ativos na procura do gado magro”, avalia a IHS Markit. Destaca-se a demanda por categorias mais jovens e de qualidade, para produção voltada para exportações.
As altas nos preços da reposição, atrelada as altas nos insumos, fizeram com que o custo de produção dos pecuaristas na ponta, tivessem um estreitamento. Entretanto, um alívio para os pecuaristas é a menor oferta de animais para abate e o aumento da demanda pelo produto. Nesse cenário, os preços da arroba tem ganhado velocidade no movimento de alta.
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Segundo alguns analistas, os mais otimistas, é esperado que o preço da arroba alcance níveis recordes no final deste ano, com preços chegando a R$ 300/@ em algumas regiões. Os volumes de exportação seguem batendo recordes, o que também contribui para essa sustentação dos atuais preços.
O momento é de comprar a bezerrada? Na minhão opinião, com toda certeza é o momento. Além disso, o custo de produção deve estar atrelado ao planejamento estratégico da fazenda. Buscar alternativas com subprodutos é uma grande alternativa. Além disso, a utilização do Boitel tem se mostrado um grande aliado para que os pecuaristas possam intensificar a sua produção com menor custo e trabalho.