Segundo consultor do Itaú BBA, a valorização se deve à escassez de animais no mercado, reflexo do grande abate de fêmeas em anos anteriores.
O preço do bezerro atingiu o maior patamar da história em São Paulo, na última sexta-feira, 14, e chegou a R$ 2.141,17, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O recorde anterior havia sido registrado em 3 de agosto, quando a cotação bateu R$ 2.126,28. No acumulado do ano, o indicador já subiu 39,7%.
O consultor de Agronegócio do Itaú BBA César de Castro diz que o elevado abate de fêmeas nos últimos anos levou à escassez no mercado de reposição. Também contribui significativamente para o cenário de valorização o bom fluxo de exportações, de acordo com ele.
Por fim, Castro observa que a arroba do boi gordo tem subido em virtude da oferta restrita de animais terminadas, e que cada alta tem sido acompanhada de aumento ainda maior no preço da reposição.
Neste contexto, mesmo com a firmeza nas cotações do boi gordo registrada ao longo das últimas semanas, os pecuaristas de recria e engorda ainda enfrentam dificuldades para fazer a recomposição dos plantéis, se posicionando comedidos nos negócios, observa a IHS Markit.
Além disso, os preços da ração operam em níveis firmes, guiados principalmente pela desvalorização cambial e os patamares mais altos dos grãos, o que também encarece a atividade de engorda.
Segundo o app da Agrobrazil, pecuarista de Aquidauana/MS, informou negócios de R$ 2150,00 por cabeça para animais de até 200 kg e com pagamento à vista. Em Arandu/SP, o valor foi de R$ 2250,00 por cabeça para animais nelore e com pagamento à vista!
Tendência
O consultor projeta que esse problema de oferta não tem como ser resolvido em 2020, então, por consequência, a maior probabilidade é de um cenário firme para os preços e positivo para o pecuarista que faz a cria. Segundo ele, o ciclo de retenção de fêmeas começou de maneira mais consistente apenas este ano, e o aumento da oferta para reposição só deve começar a aparecer a partir do fim do ano que vem.
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Para os pecuaristas que fazem recria e engorda, a situação é mais complicada, de acordo com César de Castro, já que com os preços atuais do bezerro, seria preciso uma arroba a R$ 250 para tornar a margem da atividade mais atrativa.
A projeção do consultor para o boi gordo em 2021 ainda é positiva, pois a escassez vista atualmente na reposição será a consequente falta de oferta de animais terminados no fim do ciclo.
Com informações do Canal Rural, Agrobrazil e IHS Markit