Preço da carne enviada para China despenca, e agora?

Valor por tonelada foi de US$ 4,32 mil, em julho de 2020, uma queda de 18,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Confira o que esperar!

De acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a China comprou do Brasil 87 mil toneladas de carne bovina in natura em julho, maior quantidade embarcada na história para o país, resultando em um valor total de US$ 375,5 milhões.

Dessa forma, o valor por tonelada foi de US$ 4,32 mil, menor valor em dólares desde junho de 2017. Isso representa uma queda de 18,5% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia sido de US$ 5,3 mil.

Ainda assim, considerando a média deste ano, até julho, e comparando com o mesmo período do ano passado, o valor das exportações de carne bovina para o país asiático teve um aumento de 3,7%.

Fonte: Secex

Entre dezembro de 2019 e janeiro deste ano, o valor das exportações brasileiras de carne bovina para a China alcançaram recordes e se aproximaram de US$ 6 mil por tonelada. Portanto, em relação a esse período, a receita de julho teve recuo de 27,7%. Em termos de volume, como comparação, no mesmo período o país asiático importou quase 4% a mais.

Câmbio traz competitividade e garante renda

A desvalorização da moeda brasileira tem compensado a diminuição dos preços em dólar. Dessa forma, no acumulado deste ano, até julho, a receita em real dos exportadores cresceu 33,6% em média, de R$ 18,3 mil para R$ 24,5 mil por tonelada. Nesse período, a cotação média da moeda americana passou de R$ 3,83 para R$ 4,98, alta de quase 30%.

Em maio de 2020, a maior receita em real da série histórica foi registrada com a tonelada exportada valendo R$ 27,6 mil, em um mês em que a cotação da moeda americana chegou muito próxima dos R$ 6 e teve média em R$ 5,64.

Com o recuo para a casa de R$ 5,30 em julho, a receita em real também caiu e ficou em R$ 22,8 mil – porém, 13,8% acima dos R$ 20 mil registrados no mesmo mês de 2019.

Fonte: Secex

Redução no número de abates

Segundo a Agrifatto, ontem (13), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados iniciais referentes aos abates do 2°TRI/20, que indicam uma queda de 1,2% ante o 1°TRI/20 e baixa 9,7% quando comparado ao mesmo período do ano passado.

No total parcial foram abatidas 7,17 milhões de cabeças de bovinos sob algum sistema de inspeção sanitária. Neste cenário, os dados comprovam a desaceleração nos abates em todo o território nacional.

Mercado do boi gordo

Em São Paulo, o aumento nas escalas de abate, que atendem em torno de cinco dias úteis, associado à estratégia de compras compassadas, determinaram um ritmo morno no mercado do boi gordo na última quinta-feira (13/8).

No entanto, as cotações ficaram firmes e a escassez da oferta de gado gordo não abriu espaço para testes de preços menores.

Segundo levantamento da Scot Consultoria, o boi gordo ficou cotado em R$226,00/@, bruto, R$225,50/@, livre de Senar, e em R$222,50/@, descontados os impostos (Senar e Funrural), considerando os preços à vista.

Para os bovinos jovens, que atendem ao mercado chinês, a cotação ficou em R$230,00/@ para o macho, e em R$220,00/@ para as novilhas, ambos preços brutos e à vista.

O volume de boiadas oriundas de confinamento está um pouco maior, o que melhorou a disponibilidade de gado gordo em algumas regiões de pecuária. Mesmo assim, a oferta não está abundante e continua como um dos principais vetores para os preços firmes no mercado do boi gordo, com a ajuda das exportações.

Com informações do Canal Rural, Agrifatto e Scot Consultoria

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