A carne bovina é um produto que a gente vê com preocupação ao longo de 2021. Como vai se dar esse aumento de preços que começou já em fevereiro?
A forte alta nos preços da carne bovina em meio a uma perda de renda da população tem preocupação importante ao setor crítico neste início de ano. Foi o que revelou o vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Marcio Milan, durante a apresentação dos resultados de 2020 e perspectivas para 2021 nesta quinta-feira (11/02).
“A carne bovina é um produto que a gente vê com preocupação ao longo de 2021. Como vai se dar esse aumento de preços que começou já em fevereiro, se ele vai se manter e assim por diante”, pontuou o executivo.
De acordo com o levantamento da associação, os cortes superiores gerados de 28,2% em 2020 enquanto os cortes traseiros avançaram 12%. Embora expressiva, a valorização da carne bovina no varejo ainda é quando pequena comparação ao aumento no preço do boi gordo no mesmo período, de 77,5%, segundo o indicador Cepea / B3. A diferença se deve à dificuldade dos supermercados em repassarem a alta do produto ao consumidor final, segundo admite o próprio vice-presidente da Abras.
“Todo o repasse de preços para o consumidor não é algo fácil. Acho que não é algo fácil para a cadeia como um todo. Tanto para a própria indústria quanto para o próprio varejo, porque somos meros repassadores de preço ”, explicou Milan.
Na avaliação do executivo, o cenário de preços para milho e soja este ano ainda é de alta, o que deve manter a carne bovina em patamares elevados. “A gente verifica que o cenário da soja não é um cenário de curto prazo, pelo contrário, a procura pela soja do Brasil continua alta. Caso do milho é a mesma coisa e isso puxa principalmente a carne bovina ”, observou.
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As expectativas da Abras, contudo, são de que uma extensão do auxílio emergencial e o avanço da vacinação contra um Covid-19 levem um ajuste gradual do mercado ao longo deste ano, gerando um crescimento de 4,5% nas do setor no próximo ano após aumento de 9,3% em 2020.
“Vamos apresentar a cada momento possível substituições que o consumidor vai fazer o seu abastecimento normal e a carne é algo que vamos realmente ter que ter um acompanhamento muito de perto no dia a dia”, conclui Milan.
Fonte: Globo Rural