A oferta restrita de boiadas e o comportamento da demanda deve crescer, obrigando os frigoríficos a ofertarem um melhor preço da arroba, confira!
Os preços do boi gordo permaneceram firmes no mercado físico brasileiro nesta sexta-feira, 10. “Os frigoríficos seguem com escalas de abate curtas, enquanto a tentativa de realizar negócios com pecuaristas em patamares mais baixos não surtiu o efeito esperado”, diz o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.
Segundo ele, permanece um maior otimismo em relação à demanda doméstica de carne bovina com a reabertura da economia em alguns estados, particularmente em São Paulo. “Evidente que a demanda não estará no mesmo patamar ao momento anterior à pandemia, mas de qualquer forma já será um avanço. Além disso, a demanda relacionada à exportação ainda é muito efetiva, com uma presença maciça da China no mercado de proteína animal”, afirma.
Fechamento da semana e comparativo
O app da Agrobrazil, no fechamento dessa sexta feira, trouxe um aumento na média para praça de São Paulo, fechando em R$ 220,65/@, com preços variando de R$ 217 a R$ 223.
Já em Altinópolis/SP, o preço informado foi de R$ 223 à vista e abate para a data de 17 de julho, com desconto de R$ 10/@ para animais que não atenderem o padrão.
Pressão da indústria trouxe uma semana com poucas variações no preço
O movimento de alta no mercado do boi gordo aparenta ter saturado, com os frigoríficos reduzindo as ofertas de preços e efetivando negociação em poucos lotes, relata a Agrifatto. Do outro lado da mesa, continua a consultoria, os pecuaristas seguram ao máximo as vendas, buscando, assim, retomar o movimento de valorização.
Segundo a Scot Consultoria
A pouca disponibilidade de gado gordo reduziu a pressão baixista sobre os preços da arroba por parte das indústrias. As cotações estão firmes.
Em São Paulo, o boi gordo está cotado em R$218,00/@, bruto e à vista, R$217,50, livre de Senar, e em R$214,50, descontado o Senar e o Funrural. O boi jovem até 4 dentes é negociado em até R$225,00/@, bruto e à vista.
Belo Horizonte-MG
Na capital mineira, as indústrias estão com os abates reduzidos e com o escoamento de carne devagar. Com isso, a cotação do boi gordo teve baixa de R$2,00/@ nessa manhã, e está em R$215,00/@, bruto e a prazo, R$214,50, livre de Senar, e em R$212,00/@, com desconto do Senar e Funrural.
Futuro do boi ou boi do futuro
O mercado segue sustentado pela oferta restrita de boiadas e o comportamento da demanda por carne bovina deve ditar o ritmo das compras de gado gordo na próxima semana. Por sua vez, o consumo tem um viés de melhora gradual com o restabelecimento das atividades em determinadas regiões, mas a segunda quinzena do mês é um ponto de atenção.
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Os preços físicos e contratos mais curtos (julho e agosto) do boi gordo estão acima das cotações futuras de vencimento mais longo (outubro). De 25 de junho a 9 de julho, o contrato outubro recuou 2,02% na B3, saindo de R$ 217,50 (pico no ano) para R$ 213,10. Enquanto isso, no mercado físico, a cotação em Araçatuba (SP) saiu de R$ 211 para R$ 218 à vista, alta de 3,32%, de acordo com informações da CMA.
O mercado tem dado sinais que o movimento de alta recente está chegando próximo a um limite. Mas, para os próximos meses, ainda há uma expectativa de mercado firme e altas, principalmente após o pico da entressafra na entrada do último trimestre. O pecuarista deve monitorar se a demanda chinesa seguirá forte, as escalas de abate, curtas e a oferta de animais terminados, restrita.