Embora o mercado registre maior movimentação, indústria encontra pouco gado disponível; Demanda doméstica é pequena, mas põe pressão nas compras dos frigoríficos.
Nesta quarta-feira (8/10), os preços do boi gordo voltaram a subir em algumas das principais praças produtivas do Brasil, refletindo o maior apetite comprador dos frigoríficos. A novidade neste início de mês no mercado pecuário é a recuperação gradual da demanda doméstico de carne bovina, favorecida, em parte, pelo pagamento dos salários.
Enquanto isso, a busca internacional pela proteína brasileira continua em ritmo acelerado, puxada principalmente pela China, responsável hoje por quase 60% das exportações totais do País.
No entanto, diante do “apagão” na oferta de boiadas, as programações de abate seguem bastante apertadas e atendem, em média, entre cinco e seis dias úteis, informa a IHS Markit. “Plantas com maior dificuldade para administrar a escassez de oferta reduzem o nível de produção diário e algumas unidades pontuais se encontram paralisadas temporariamente”, destaca a consultoria.
A partir da próxima semana, ofertas de lotes de boiada gorda produzida nos confinamentos devem surgir com maior força no mercado, o que pode aumentar os negócios e facilitar o preenchimento das escalas de abate, observa a IHS Markit.
Porém, relata a consultoria, apesar da maior oferta de animais terminados no cocho, não parece haver espaço para uma pressão negativa no curto prazo, uma vez que neste período inicial do mês o escoamento dos cortes bovinos das câmaras frigoríficas deve continuar em ritmo consistente.
Em São Paulo – referência para outras praças do País –, o valor médio para o animal terminado saltou de R$ 260,38/@ na terça-feira (05/10), para R$ 259,84/@, nesta quarta-feira (06/10), conforme dados informados no aplicativo da Agrobrazil. Já a praça de Goiás teve média de R$ 243,99/@, seguido por Mato Grosso Sul com valor de R$ 251,26/@.
Já o Indicador do Cepea, voltou a registrar preços uma grande valorização nesta quarta-feira, atingindo o patamar de R$ 258,00 por arroba. A valorização fez com que o Indicador se igualasse a média das outras consultorias.
Preço real do boi
O preço do boi gordo subiu fortemente este ano, mas ainda não é o maior valor real da história, considerando o valor médio mensal, segundo artigo desta quarta-feira, do analista Rodrigo Tannus de Queiroz, da Scot Consultoria. No acumulado deste ano, arroba do boi gordo registrou aumento nominal de 24,8%, e a maior cotação média nominal foi alcançada em setembro – de R$ 243,02/@.
No entanto, apesar da maior cotação histórica nominal atingida este ano, a máxima histórica da cotação deflacionada da arroba do boi gordo foi atingida em outubro de 1994. Em valores atuais, a cotação nominal naquela época (de R$ 31,22/@) seria o equivalente a R$ 250,28/@, segundo Queiroz.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem subindo. Conforme Iglesias, o ambiente de negócios sugere pela continuidade deste movimento, em linha com a entrada dos salários na economia, motivando a reposição ao longo da cadeia produtiva. Ao mesmo tempo, as exportações permanecem em bom nível, com a China absorvendo volumes substanciais de proteína animal.
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Com isso, a ponta de agulha seguiu em R$ 14,25 o quilo. O corte dianteiro passou para R$ 14,30 o quilo, com alta de cinco centavos, e o corte traseiro
subiu de R$ 19,25 o quilo para R$ 19,30 o quilo.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,44%, sendo negociado a R$ 5,6230 para venda e a R$ 5,6210 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5520 e a máxima de R$ 5,6390.
Compre Rural com informações da Agrobrazil, IHS Markit, Cepea, Agência Safras e Portal DBO